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Mostrando postagens de julho 14, 2009

Fernando Pessoa, o drama em gente

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Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas. — Fernando Pessoa Fernando Pessoa, 1928. Foto: Acervo Casa Fernando Pessoa.   O texto em epígrafe é só uma das muitas possibilidades de síntese sobre Fernando Pessoa, criador que viveu ficcionalmente todo o drama da modernidade, feito de negações ao princípio da unidade subjetiva e outras unidades. Se o amigo Mário de Sá-Carneiro sofreu puramente esse drama, figurado na singular imagem do sujeito preso no labirinto do qual nunca conseguiu sair, ele buscou encontrar saídas fazendo-se, para tanto, outros. A tentativa pode ter falhado, mas o que ela gerou contribuiu para uma revolução na literatura do século XX.   Fernando Pessoa é o poeta que antecipa (ou ressuscita, se considerarmos a inovadora atitude da poesia grega) a validade do texto com material de pura significação. Falseando-se em muitos findou por também