Cristovão Tezza. Foto: Guilherme Pupo LANÇAMENTOS Cristovão Tezza reescreve e publica seu primeiro romance; inspirado nos anos em que fez parte de uma comunidade de teatro, e uma sociedade alternativa, liderada pelo escritor e dramaturgo W. Rio Apa . Antes de se tornar o renomado romancista, cronista e crítico que é hoje — com uma impressionante lista de livros publicados e laureado com vários dos principais prêmios da literatura brasileira, como o Prêmio Jabuti, Prêmio São Paulo de Literatura e Prêmio Literário Biblioteca Nacional —, Cristovão Tezza, durante os anos de 1968 a 1976, fez parte de uma comunidade de teatro, no litoral do Paraná, liderada pelo escritor, dramaturgo e teatrólogo W. Rio Apa (1925-2016). Da rica experiência comunitária, de onde se firmou o seu fascínio pelo mundo artístico e literário, nasceu Ensaio da paixão , romance com fortes traços autobiográficos, lançado originalmente em 1986, e que agora ganha uma nova edição revista pelo autor. A partir de sua viv
DO EDITOR Olá, leitores! Na próxima semana, vocês começarão a conhecer os autores que publicarão no Letras a partir desse ano. O resultado da seleção foi divulgado nos e-mails dos candidatos no último dia 29 de fevereiro. Reitero por aqui, em nome do Letras , os agradecimentos aos que se inscreveram. E aos selecionados, mais uma vez, bem-vindos e parabéns! Karin Boye. Foto: Gunnar Lundh LANÇAMENTOS Nova edição e tradução de Kallocaína , uma distopia sobre a importância da conexão genuína entre seres humanos e tão importante quanto 1984 de George Orwell, Admirável mundo novo de Aldous Huxley e Nós de Ievguêni Zamiátin . Leitura obrigatória para quem gosta de distopias, este clássico consagrou a autora sueca Karin Boye como um dos grandes nomes da ficção científica. Nesta atmosfera asfixiante, acompanhamos um cientista partidário de um Estado totalitário, que desenvolve uma droga que força quem a toma a revelar pensamentos e até vontades inconscientes. O Estado mundial
Por Pedro Fernandes Péter Nádas. Foto: Fredrik Sandberg Devido sua riqueza narrativa e simbólica, a literatura desde sempre recorreu à Bíblia como matéria criativa. O primeiro romance de Péter Nádas é um exemplo disso. O livro dos livros é recuperado no uso intertextual e funciona também como um elemento nuclear e mesmo essencial para as significações e o funcionamento da narração, esta que, à semelhança dos textos bíblicos tratados como sagrados pelas religiões que os utilizam, é apenas superficialmente simples mas complexa em sua profundidade. Articulado pela memória do narrador adulto que se desdobra sob perspectiva infantil, o que se narra em A bíblia é apenas uma curta passagem de tempo quando os dias numa casa de altos funcionários do governo comunista do tempo de Mátyás Rakosi são marcados pela chegada de Szidike, uma jovem de dezessete anos contratada para cuidar dos afazeres domésticos. Esse núcleo familiar é formado por Gyuri, quem conta a história, os pais e os avós mat
DO EDITOR Olá, leitores! Nesta semana vocês começaram a conhecer os novos autores que publicarão no Letras a partir desse ano; saíram os textos de estreia de Vinícius de Silva e Souza e de Guilherme de Paula Domingos. Estejam atentos que virão outros nomes na semana seguinte. Os estreantes foram os selecionados na chamada divulgada no início de 2024. Mas, se você tem interesse em publicar seu texto no blog, sabia que isso pode acontecer sem que seja um colunista? Conheça os interesses editoriais desta página, como organizar e enviar o seu texto, por aqui . Esta edição do Boletim Letras 360º é dedicada integralmente à literatura feita por mulheres e reflete a recente reabertura desse território artístico para elas. Que assim continue, porque muito ainda falta para se aterrar do grande fosso que divide homens e mulheres. Da parte deste projeto, é um pequeno gesto para o 8 de Março deste ano. Um excelente final de semana! Deborah Levy. Foto: Colin McPherson LANÇAMENTOS Um
Por Sérgio Linard Recentemente a Companhia das Letras anunciou em suas redes sociais que este livro estava retornando para as prateleiras depois de um bom tempo indisponível. Não há uma justificativa por parte da editora para essa decisão agora, nem mesmo uma explicação sobre o porquê de um dia o material ter parado de ser vendido. De todo modo, ganhamos com a oportunidade de conhecermos um dos textos mais elogiados da literatura japonesa, que é repleto de bastante vigor e pujança ainda que possua momentos monotônicos, mas que são muito bem-vindos exatamente por ajudarem a perceber a constância do sentimento de opressão enfrentado. Aquilo que poderia ser uma grande falha ou motivo para abandono da leitura, por exemplo, torna-se fôlego pertinente para a história. Inicialmente, importa que eu faça aqui o destaque de que não considero a monotonia algo necessariamente ruim. Por muito tempo em nossas vidas é um ritmo único e constante que procuramos, é a estabilidade que almejamos. Ótimo.
Por Pedro Fernandes William Faulkner. Foto: Henri Cartier-Bresson Palmeiras selvagens foi como ficou conhecido o livro que William Faulkner pretendeu intitular If I Forget Thee, Jerusalem e chegou a ser publicado mais tarde com esse designativo numa tentativa meio atabalhoada, comum entre os editores, de reparação do acontecido. A partir dos anos 2000 uma solução conseguiu resolver o impasse: ao The Wild Palms acrescentou-se o título original como um subtítulo. No Brasil, essa sutileza é desconsiderada porque a tradução segue como a obra aparece em Novels 1936-1940 . A decisão da Random House pela modificação do manuscrito parece confirmar que nem sempre as soluções propostas (nesse caso, imposta) por um editor parecem adequadas. É verdade que o título original soa pouco atrativo e isso do ponto de vista comercial tem sua importância; desde há muito essa tem sido uma das funções dessa figura que mete a mão no trabalho dos escritores. Agora, para um escritor como Faulkner, para qu
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