A Divina Comédia (da Formiguinha) Humana


Por Thiago Gonzaga



“A natureza criou o tapete sem fim que recobre a terra. Dentro da pelagem deste tapete vivem todos os animais respeitosamente. Nenhum o estraga, nenhum o rói, exceto o homem”.
Monteiro Lobato


Os primeiros livros direcionados ao público infanto juvenil apareceram no século XVIII. Escritores como La Fontaine e Charles Perrault escreviam suas obras, enfocando principalmente os contos de fadas. Com o tempo essa vertente literária foi ocupando seu devido espaço e apresentando sua importância. Com isto, muitos autores foram surgindo, como Hans Christian Andersen e os irmãos Grimm. No Brasil, Monteiro Lobato ficou popularmente conhecido pelo conjunto educativo de livros infantis que constitui aproximadamente a metade da sua produção literária.

No Rio Grande do Norte, a produção infanto-juvenil vem se desenvolvendo bastante nos últimos anos, com uma produção digna de status nacional. Autores como, Salizete Freire Soares, José de Castro, Monalisa Silvério, Carol Vasconcelos e Thiago Jefferson Galdino, são nomes representativos dessa literatura no estado.

O Professor Marcos Medeiros, escritor polivalente, autor de onze livros, antenado como universo literário, estreia nesta área (com uma obra de aspecto ético-didático-pedagógico relevante, levando em conta também que o autor é Doutor na área de Biologia), dando uma contribuição acentuada ao universo da literatura infantil no estado.

Confabulações em Cordel: A Formiguinha Perdida é uma fábula; gênero narrativo que tem origem no Oriente, mas  que foi particularmente desenvolvido por Esopo, autor que viveu no século V a.C., na Grécia. Por meio dos diálogos entre os bichos e das situações que os envolviam, ele procurava transmitir sabedoria de caráter moral ao homem. Assim, os animais, nas fábulas, tornam-se exemplos para os seres humanos. A obra narra a história de uma formiga que invade um lar por conta da devastação do seu habitat natural, causada pelo homem. Aborda também a importância da conservação do meio ambiente, dentre outros aspectos sociais, tudo de uma forma lógica e dinâmica.

Marcos Medeiros reconhece (com justiça) a importância desse gênero na literatura, juntamente com o cordel, tornando a leitura muito criativa e divertida. Ao escrever A Formiguinha Perdida, o autor incentiva a formação do hábito de leitura na idade em que todos os caracteres se formam, isto é, na infância, muito embora a obra seja para crianças de todas as idades. Vale ressaltar a beleza gráfica do trabalho com capa e ilustrações belíssimas feitas pelo poeta Alexandre Souza.

 Neste sentido, A Formiguinha Perdida, é um caminho que leva a criança a desenvolver a imaginação, as emoções, e os sentimentos de forma prazerosa e significativa gerando um momento propício de prazer e estimulação para a leitura. Em linguagem simples e atraente, a fábula da formiguinha perdida conquista imediatamente todos os seus leitores dos oito aos oitenta anos.



Comentários

Armando Cesar. disse…
Gostei do que li. O crítico não pode apresentar uma avaliação somente subjetiva, mas também deve apresentar descrição de outros aspectos objetivos,e históricos, que deem sustentação aos seus argumentos.
Parabéns ao Marcos Medeiros pela obra.
Marcos Medeiros. disse…
Amigo Thiago, obrigado é muito pouco diante da resenha escrita, por você, sobre o meu livro A FORMIGUINHA PERDIDA! O seu texto é didático e põe minha pequena obra infantil, de iniciante, no rol da criação de grande autores de fábula, o que me deixa dignificado embora ciente da enorme responsabilidade que isso representa. Quanto ao uso da literatura de cordel, enquanto aporte e suporte, posso dizer que é um ingrediente a mais e por demais interessante e cantante, para o lazer e o prazer do leitor. Agradeço penhoradamente e peço que aguarde a continuação da série CONFABULAÇÕES EM CORDEL para novas avaliações e apreciações, que me darão prazer, com toda certeza.
sofia alice disse…
Literatura infanto juvenil não me empolga mais, porem vou ler o livro.
Jose de Andrade (de Mossoro) disse…
Valeu , Grande Marcos Medeiros, nunca para de produzir.
Jose de Andrade (de Mossoro) disse…
Sim, um abraço para quem escreveu também, salve Thiagão !

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