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Mostrando postagens de abril, 2016

Boletim Letras 360º #164

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Mário de Sá-Carneiro: Portugal lembra os 100 da morte do poeta e mentor do modernismo português através de uma leva de eventos e com eles a revelação de alguns materiais inéditos. Mais informações ao longo deste boletim. Esta é mais uma edição do Boletim Letras 360º. O Letras in.verso e re.verso vai para dez anos online muito em breve. Isso dá quantas semanas? Bem, não calculamos. De vida nas redes sociais, se a memória não nos trai vai para seis anos. E isso dá quantas semanas? Também não calculamos. Mas, desta postagem, lá vão 164 semanas. Ah, o tempo! Segunda-feira, 25/04 >>> Portugal:Exposição revela peças raras e inéditos de Mário de Sá-Carneiro Há entre as primeiras edições raras, incluindo um impecável exemplar do livro de poemas Dispersão , manuscritos nunca reproduzidos, como o das "Sete canções de declínio", e até a única carta de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa que não está na Biblioteca Nacional de Portugal, e uma amarelecida f

Mal-entendido em Moscou, de Simone de Beauvoir

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Simone de Beauvoir escreveu Mal-entendido em Moscou  entre 1966 e 1967. O texto deveria formar parte da compilação de A mulher desiludida , mas foi a própria autora quem acabou discordando depois da ideia a ponto de não publicar esse material; ele ficou inédito até 1992, quando a revista Roman trouxe como um título póstumo. No Brasil, o livro vem a lume pela Editora Record, com tradução original de Stella Maria da Silva Bertaux, em 2015. Protagonizam o relato Nicole e André, um casal de professores parisienses que, já aposentados e na década de 1960 – década considerada no texto como antessala da decrepitude –, realizam uma viagem a Moscou para encontrar-se com Masha, a filha de André. O périplo realizado pelas três personagens é identificado pelos biógrafos de Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir com a viagem que os dois fizeram pela União Soviética no verão de 1966, acompanhados de Zonina, tradutora para o russo da obra do filósofo e uma de suas possíveis amantes. O

As leituras de Virginia Woolf

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Você gostaria de saber o que liam – e o que diziam – seus escritores favoritos? Na web há um projeto, o UK Reading, constantemente em atualização, que apresenta facilmente, através de uma base de dados aberta que pretende documentar a história da leitura na Grã-Bretanha entre 1450 e 1945 e compreende, entre outras coisas, as experiências leituras de escritores famosos como Charles Dickens, Katherine Mansfield, Henry James ou Virginia Woolf. Sobre esta última há muita informação e aqui selecionamos alguns de seus comentários sobre diversos livros e escritores, em cartas escritas em distintas épocas e à distintas pessoas.    1. Sobre Crime e castigo , de Dostoiévski “Você não pode imaginar com qual desejo caímos sobre o material impresso, tantas vezes adiado pela necessidade de escrever. Li três novos romances em dois dias. Leonard desfrutou de Old Wives Tale como gatinho com um novelo de lã. Depois desta vertiginosa correria, agora corri com toda velocidade até Crime e cas

Salim Miguel

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Um silêncio que se constrói em torno de uma obra cujo interesse não se deixa contaminar pela sede do mercado não pode servir de parâmetro para dizer que um escritor e uma obra são menores; em grande parte, é esta uma clara displicência, primeiro dos seus contemporâneos, depois dos leitores sempre mais suscetíveis a encontrar e ficar restrito ao que lhe é oferecido como produto de primeira qualidade no dobrar de uma esquina. Muitos já terão reparado reiteradas vezes que o mal está não no escritor ou obra que se escondem mas naqueles que de algum tempo passaram a controlar e determinar o que tem se firmado como padrão de leitura. Nesse território de displicências ganha o leitor que não se deixa levar pelo que o mercado lhe impõe e busca de alguma maneira reconhecer o que está fora desse eixo; sim, porque fora dele, ainda se concentra boa parte do que podemos chamar de boa literatura. Assim se passa com a obra de Salim Miguel. Despreocupado em atender a demanda castradora

O Bairro, de Gonçalo M. Tavares

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É possível que a crítica já tenha se cansado de repetir a mesma constatação – que mesmo óbvia é necessário sublinhar quando o assunto é a literatura de Gonçalo M. Tavares: sua obra é possivelmente o projeto literário mais ambicioso e singular da atual literatura de língua portuguesa. Com um estilo que conjuga densidade e sobriedade expressiva, a capacidade de síntese e a ambiguidade, o escritor é dono de uma prosa afiada como um aforismo e certeira como um verso. Fora de seu país, outros escritores – não só a crítica – assim o compreende: Enrique Vila-Matas, por exemplo, em Espanha, já disse que Tavares é um dos seus mais valiosos nomes da literatura. Além da quase unanimidade da crítica e dos seus contemporâneos – há quem torça o nariz para certas experimentações estéticas suas – há outro fator que colabora na construção de seu nome dentro e fora de Portugal: sua obra está traduzida em mais de quatro dezenas de países. Um dos elementos que chama atenção é a capacidade ar

Um planeta chamado Clarice Lispector

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Por Emma Rodríguez  Para falar sobre Clarice Lispector haveria que inventar novas palavras, comprar um dicionário do sublime, utilizar um novo alfabeto. É o que primeiro me vem para iniciar essa passagem pela obra de uma escritora especialíssima; tão especial que me atreveria a dizer que em certos momentos, enquanto a leio, tenho a louca ideia de que não é deste mundo, que parece ter vindo de distâncias inimagináveis para contar-nos histórias e para falarmos do que nos é mais profundo. Se toda leitura exige do leitor uma adequação, uma mudança de registro que o permita adaptar-se ao tom, à maneira, ao ritmo e ao tempo do que transcorre nos universos da ficção, no caso da escritora brasileira poderia falar-se de metamorfose. Há que mudar de pele para segui-la. Há que desejar e esperar que seja ela a que outorga a permissão para entrar em seus lugares desconhecidos, em suas atmosferas flutuantes, nesse rio de emoções que apenas os que estão dispostos a sentir, vibrar, podem p

Boletim Letras 360º #163

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Um extenso arquivo sobre Gabriel García Márquez está online. É a Gaboteca. Mais informações ao longo deste boletim. Últimos dias para se inscrever no sorteio de um exemplar do livro do ano: Todos os contos , de Clarice Lispector. Para saber todos os detalhes basta acessar este link de nossa página no Facebook; é por lá que a promoção é realizada até o dia 1º de maio. Recado dado, vamos às notícias que estiveram em destaque em nossas redes sociais durante mais uma semana online. Segunda-feira, 18/04 >>> Brasil: Uma coleção de bolso para publicação de poesia é apresentada a partir do mês de maio Pela Companhia das Letras. O selo Poesia de bolso tem confirmado obras como A teus pés , de Ana Cristina Cesar, Me segura qu’eu vou dar um troço , de Waly Salomão e Caprichos e relaxos , de Paulo Leminski; os três autores tiveram nos últimos anos a publicação de sua obra completa no gênero. De Ana C. - homenageada da Festa Literária Internacional de Paraty em 2016 -