Postagens

Mostrando postagens de janeiro 5, 2017

Duas peças de Harold Pinter

Imagem
Por Pedro Fernandes Toda criação artística resulta de uma obsessão do seu criador. No caso de Harold Pinter – apesar de não nos encontrarmos diante de um criador de narrativas – sua obsessão foi a linguagem. Essa preocupação não se é demonstrada a partir de um exercício estilístico no que isso possa significar num trabalho com a gramática de uma língua; essa preocupação se demonstra numa dimensão mais profunda porque se relaciona com um interesse de esgarçar, a partir das condições comunicativas mais triviais aquelas possibilidades que dizem ser a comunicação a mais perfeita das criações. Harold Pinter parece zombar desse preceito ou tomar como tese a constatação de que o caos é ordem da comunicação ao colocar em suspenso – seja pela repetição, pelo artificio da dúvida ante o dito ou mesmo pelo questionamento direto sobre as maneiras de dizer – a linguagem. Para isso, trabalha com as sentenças mais objetivas possíveis, aquelas usuais e pragmáticas do nosso cotidiano no