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Mostrando postagens de março 17, 2017

Diálogos entre Riobaldo / Tatarana e Tony Soprano na travessia que é o existir

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Por Rafael Kafka Riobaldo / Tatarana me faz pensar em Tony Soprano e vice-versa. Os dois são anti-heróis os quais se utilizam da palavra para dar um sentido pleno aos seus seres em um mundo marcado pela violência e pela dispersão. Mesmo que em contextos e mídias diferentes, o jagunço e o mafioso protagonizam obras cheias de profundo lirismo prosador partindo de estereótipos vistos como rasos por boa parte da crítica. Ambos, no sertão ou na selva de pedra, são prova da condição humana atolada no absurdo, prova que se dá através de um discurso confessional cujo fito visa, em maior ou menor grau, a expiação da culpa e a auto-compreensão. Desse modo, Riobaldo vê no interlocutor em silêncio o mesmo que Tony na psicoterapia: uma forma de se tornar pleno a partir do olhar do outro que empresta o seu ouvido complacente. É na ponte entre discurso e interlocutor que o sujeito se acha. Porém, o jagunço não permite a fala de seu ouvinte, ao passo que Tony aos poucos começa a querer o