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Mostrando postagens de dezembro, 2018

Boletim Letras 360º #303

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Esta é a última edição do BO Letras 360º do ano. Esperamos que o tempo nos seja generoso e possamos fazer um 2019 ainda melhor para os nossos leitores; é sempre nosso desejo. Até o dia 26 deixamos aberta em nossa página no Facebook uma enquete que perguntava qual foi sua melhor leitura do ano. O resultado está disponível aqui . Mas, nós guardamos uma surpresa para os participantes. Anunciaremos pela segunda semana de janeiro uma promoção exclusiva, aberta apenas para a participação dos que interagiram conosco. Em breve. No Facebook do Letras também iniciaremos no próximo dia 1º nossa retrospectiva de 2018: destacaremos as posts mais acessadas ao longo do ano. Fiquem de olho. Nosso recesso está rico! Amós Oz. Morreu um dos escritores mais prolíficos da literatura israelense contemporânea. Segunda-feira, 24/12 >>> Dois títulos de Annie Ernaux ganham edição no Brasil, no primeiro semestre de 2019 Os anos  é considerado por muitos como a obra definitiv

Os melhores de 2018

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Por Pedro Fernandes Quando por esses dias, alguém me perguntou como foi o ano de 2018, não pude deixar de titubear com a resposta. É que, diferente de outros anos, sobretudo dos dois anteriores, os projetos pessoais tomaram melhor forma e algum rumo. E, por causa disso, sou tentado a responder que o ano foi muito bom. Mas, como não pertenço ao rol de uns poucos privilegiados que não se comovem com os destinos do seu rebanho, sou levado a modificar a resposta para, não sem algum individualismo, dizer que, pessoalmente foi muito bom, mas coletivamente este ano foi pura desgraça. Vimos triunfar a hipocrisia, a imbecilidade, a ignorância de uma maneira que nenhum dos da minha geração imaginaria ver em plena alvorada de um novo século. E, o pior, já agora que tudo está à beira de um precipício cuja a altura não sabemos alguns continuam a insistir na brincadeira do pagar para ver, quando deveriam ter desistido da loucura. Para bem e para o mal, essas duas possibilidades

Os melhores de 2018: cinema

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Reino de Deus , de Frances Lee Este não é, como sugere o título, um reino de Deus; é um reino dos homens. Dos que aprendem que só pela verdade do reconhecimento sobre o outro é possível conhecer a si e da comunhão desses princípios se pode fazer outro mundo totalmente despido das amarras unilaterais. Sim, talvez resida aí o que tanto se teoriza acerca do amor divino. Só pela reeducação dos sentidos, quando capazes de fazer acontecer o princípio que nos distingue dos animais irracionais, isto é, a humanização, é que poderemos pensar na possibilidade de uma existência mais leve e justa. Leia mais aqui . Roda gigante , de Woody Allen E, como na tragédia, em que os impasses se resolvem pela morte ou pela loucura, a narrativa deste filme, privilegia essa dupla força para a solução dos conflitos que planta; mesmo os amores que poderiam propiciar um típico esperado final feliz, só aparentam existir porque reduzidos a uma mera jogatina de interesses. Assim, todos os sonhos

Os melhores de 2018: poesia

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Anatomia do ócio , de R. Leontino Filho Em matéria de poesia, o tempo é a melhor medida. Mesmo para aqueles criadores revelados poetas como é o caso de Leontino Filho. Só porque as distâncias são muitas ou os olhos da crítica míopes demais para ver, mas a nenhum leitor atento parecerá exagero qualificar este livro entre os melhores da poesia brasileira contemporânea. Como este título sugere, o leitor encontra o poeta enredado naquele universo que o melhor lhe serve à criação; o ócio é revelado aqui não enquanto matéria, mas enquanto lugar de estar e de reaproximação do ouvido com as vozes mais irreconhecíveis na turbulência comum de nossos dias. A poesia, visível da tessitura das palavras é a quietação, o vagar do poeta, e o poema, a tessitura, sua anatomia, aparelho construído pelas mãos de quem desafia o tempo, essa entidade incapaz de perdoar a existência de qualquer coisa. Um jogo bastante perigoso , de Adília Lopes Foi com este livro que a poeta portuguesa começou sua

Os melhores de 2018: prosa

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– Tirza , de Arnon Grunberg. A obra do escritor holandês, tenho comigo levará o lugar entre as melhores leituras de qualquer lista minha. Na lista de 2017 dizia do quão significativa foi a descoberta de sua obra; e a prova disso não está apenas na aquisição de tudo dele traduzido por aqui, foi a leitura quase sequencial de outro romance seu publicado recentemente pela Rádio Londres. A vida que se esconde no subsolo. Esta é uma definição acertada para  Tirza . Este é um romance que volta a algumas das obsessões do escritor, sobretudo aquela que poderíamos designar como o impasse entre culturas num estágio da civilização ocidental em que essa se vangloria de que as relações globais é sua maior conquista depois de instaurada as fronteiras de nação e de identidade nacional. Mas, nele, o holandês se debruça a investigar o complexo das relações de posse imposto por um modelo familiar segundo o qual os pais têm sobre os filhos uma responsabilidade desmesurada de prepará-los para

As melhores leituras de 2018 na opinião dos leitores do Letras

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Xeque-mate , de Maria Azenha (M Céu Costa) Escolho este livro pela sua poética muito intensa. É um livro que avisa e alerta o leitor (eventualmente menos atento). É um livro “bélico”. Escolho-o também pela sua identidade e liberdade poética, tão difícil de encontrar nos contemporâneos. Deixo um pequeno excerto de um dos poemas: “Nunca encarei a Poesia como uma epístola aos pobres / nem como um espelho de paz / nem como um passatempo literário / para entreter académicos.” Orgulho e preconceito , de Jane Austen (Robertta Marinho) Por representar a mulher em uma condição de autonomia, com ênfase na personagem Elizabeth, que desconstrói os estereótipos femininos na literatura que li até agora. Principalmente por me fazer acreditar no amor novamente. Memória de elefante , de António Lobo Antunes (Gilberto Tavares) Fazia muito tempo que não lia nada desse escritor tão genial. Aliás, os suecos cometem grande injustiça ao não dar a ele o Prêmio