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Dostoiévski: amor, patologia e desordem

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Por Andres Trapiello Se a vida de Cervantes é cervantina e a de Kafka kafkiana, a de Fiódor Dostoiévski não poderia ter sido mais dostoievskiana. Nasceu em Moscou em 1821 e se criou hospital, onde seu pai era médico, um homem despótico, casado com uma mulher enferma que morreu cedo. O pai desapareceu então num alcoolismo violento dificilmente compatível com a aproximação ao filho, de quem se livrou enviando para estudar em São Petersburgo. Quando tinha 18 anos, os trabalhadores da aldeia de propriedade da família, fartos da brutalidade de seu senhor, acabaram com a vida do médico depois de torturá-lo de modo selvagem. Seu primeiro conto escrito dois anos mais tarde, teve um sucesso considerável (sobre esse episódio se fala em Diário de um escritor ), mas o que se seguiu foi puro fracasso – e as pessoas logo o esqueceram. Participou numa conspiração liberal contra o czar Nicolau I e depois de oito meses na prisão, foi condenado à morte, pena da qual foi indultado minutos