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Mostrando postagens de novembro 26, 2018

Kafka nas palavras de Kafka

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Por Jossep Massot Franz Kafka com o amigo Max Brod no castelo Toblino, próximo a Trento, Itália, 1909. “Já vês, sou um homem ridículo; se gostas de mim um pouco, será por compaixão; minha contribuição é o medo”, escreve um jovem Kafka a Hedwig Weiler, seu amor de verão de 1907. E, todavia, o aprendiz de escritor que acreditava que “estamos perdidos como crianças na floresta” e que era bom alguém subisse à Lua para que seus movimentos, palavras e desejos não fossem totalmente cômicos e absurdos, quando dizia, “não se escutam as risadas da Lua nos observatórios”, havia ganhado já aos 19 anos, perante seu amigo Oskar Pollak, a valiosa aposta de que ia mudar a literatura do século XX: “É bom”, escreveu, “quando nossa consciência tenha grandes sofrimentos, pois assim se torna mais sensível a cada estímulo. A meu ver, só deveríamos ler os livros que nos ferem e nos afligem. Se o livro que estamos lendo não nos desperta como um soco no crânio, por que perder tempo lendo-o? Para