Inventadas conversas: Guimarães Rosa, Manoel de Barros e o folclore


Por Guilherme Mazzafera



Ao retornar ao Brasil após a experiência alemã (1938-1942) e o período em Bogotá (1942-1944), João Guimarães Rosa dá início às viagens pelo interior do país, passando pelo sertão mineiro em 1945, na chamada “Grande excursão a Minas”, pelo Pantanal em 1947, e, novamente, pelo sertão mineiro (maio) e baiano (junho) em 1952. Destas últimas resultarão dois textos, “Uma estória de amor”, novela de Corpo de baile que tem como personagem central o vaqueiro Manuelzão, e “Pé-duro, chapéu-de-couro”, espécie de ensaio poético sobre um encontro de vaqueiros ocorrido em Caldas do Cipó (BA). A viagem ao Pantanal, no entanto, parece ser a que mais rendeu textos: “Sanga Puytã”, “Com o vaqueiro Mariano”, “Cipango”, “Ao Pantanal”, “Os índios – sua fala” e, possivelmente, teve alguma influência na composição de “Meu tio o Iauaretê”.

Ao contrário da mais que famosa viagem ao sertão realizada em maio de 1952, que contou com a cobertura da imprensa carioca por meio de repórteres d’O Cruzeiro e imortalizou a utilização das cadernetas rosianas, já bastante estudadas, a viagem ao Pantanal em julho de 1947 possui – no que pudemos averiguar – documentação muito menos abundante, não sendo possível estabelecer ligações mais ou menos diretas sobre o aproveitamento das anotações na composição dos textos finais, como no caso das cadernetas de 1952 e a versão publicada de Corpo de baile e Grande sertão: veredas.1  Neste sentido, o documento mais relevante, pela condensação do itinerário, é uma carta a Azeredo da Silveira:

“Rodei pelo Pantanal, pelo planalto, pelo roteiro (às avessas) da Retirada da Laguna. Vi coisas espantosas. Andei de trem, de automóvel, de caminhonete, de caminhão, de “jardineira”, de avião teco-teco, de carro-de-bois, de vapor fluvial, de lancha, de canoa, de batelão, de prancha, de locomotiva, de pontão, de carreta, a pé, a cavalo, em cavalo, em boi, em burro... Vestido de cáqui, com polainas de lona, com mochila, cantil, capacete de explorador. Falei com japoneses, colonos búlgaros, ervateiros, vaqueiros, índios Terena, chefes revoltosos, e legalistas paraguaios, no Paraguai, e aqui chego, de volta.”2

A alternância contínua de meios de transporte é retratada em “Ao pantanal”, sendo possível, pela leitura da carta, inferir os textos em que comparecem os vários “personagens” com quem o autor se deparou: japoneses (“Cipango”), vaqueiros (“Com o vaqueiro Mariano”), índios Terena (“Uns índios – sua Fala”) e a fronteira paraguaia (“Sanga Puytã”).  A precisão das datas presentes no primeiro e último textos, se supormos que a ordenação da carta tenha correspondência com a dos fatos, permite inferir que o escritor permaneceu em terras pantaneiras ao menos entre 11 de junho e 16 de julho de 1947. Outro ponto relevante é o curto espaço de tempo entre a viagem e a publicação dos primeiros textos dela derivados, “Sanga Puytã” (17 de agosto de 1947) e “Com o vaqueiro Mariano” (I – 26 de outubro de 1947; II – 22 de fevereiro de 1948 e III – 7 de março de 1948), o que nos faz supor uma escrita rápida e fortemente marcada pela experiência do visto. Publicados em jornal de grande circulação – Correio da Manhã –, os textos não suscitaram análises críticas imediatas, enquanto a fortuna crítica sobre Sagarana (que já se encontrava em 2ª edição, ainda pela Editora Universal) não parava de crescer.

Quando “Com o vaqueiro Mariano” apareceu em sua terceira e última versão no póstumo Estas estórias (1969), a resenha de Fernando Py, por exemplo, ainda punha em questão a real presença do escritor em terras pantaneiras (o que não teria, no entanto, efeito sobre a qualidade estética do texto). Respondendo à dúvida de Py, a presença de Rosa no Pantanal de Mato Grosso na data proposta por “Com o vaqueiro Mariano” (julho de 1947) é atestada por alguns documentos. Dentre estes, inclui-se uma carta ao pai, Florduardo Pinto Rosa3, bem como a documentação realizada pela imprensa local, como revela o Boletim da Nhecolândia de janeiro de 1948.4

Sobre a existência real do personagem, há um telegrama de Pedro Xisto a Rosa em que diz sobre conversa com o vaqueiro na Fazenda Firme5 e, mais ilustrativa, uma reportagem do Jornal Flan, em que Mariano conta alguns causos sobre “seo Guimarães”, destacando sua falta de jeito ao tirar leite ou montar a cavalo, seu desejo de saber o nome de tudo, as estranhas perguntas e sua extrema afeição aos bovinos: “eu só queria era penetrar na alma de um bovino!” No final da entrevista, Mariano revela certa frustração por não ter recebido exemplar do livro escrito sobre ele: “Dizem que escreveu um livro sobre mim, e a minha mágoa é que não me mandou para ler. Dele só vi mesmo, depois disso, uns retratos numa revista, mostrando ele num rodeio, em Minas.” Por fim, o vaqueiro arremata a entrevista com tirada de humor genuíno, na qual se mostra incrédulo diante dos retratos de Rosa montado, pois “‘Seu’ Guima montava de mal-a-mal, segurando no arção da sela o tempo todo, com medo de cair. Só se em Minas, lá na terra dele, ele é diferente. Ou os cavalos é que são.”6



Outro importante documento que ajuda a corroborar a presença de Rosa em terras pantaneiras é uma entrevista do poeta mato-grossense Manoel de Barros. Nos termos propostos pela pergunta, o poeta teria atuado como “guia pantaneiro de Guimarães Rosa” e o que se segue é uma resposta bastante elaborada literariamente que procura recriar (ou mais propriamente inventar) o possível diálogo travado entre os escritores. Parte dos comentários de Barros reforça certa imagem já característica de Rosa como o homem que tudo anotava, auscultador dos silêncios obsedado pelo nome das coisas:

“Rosa escutava as coisas. Escutava o luar comendo árvores.”
E passarinho, Manoel? Rosa me especulava por trás do couro, como quem sonda urubu. Queria saber de um tudo.”
“Isso é guaranês, falei de orelhada. Mas Rosa quer saber a origem, que saber a explicação de tudo.”7

Em certa passagem, Manoel de Barros delineia algumas diferenças entre o saber cultural e científico de Rosa, convertido em arte por meio daquilo que “o Senhor faz com as palavras”, e sua apreensão mais imediata do natural, “por aflúvios, por ruídos, pelo faro”:

E árvore, Manoel, o nome de algumas, você me dará? Aqui o que sabemos é por instinto e por apalpos. Não é como o senhor faz com as palavras. Ele me olhou mais ao fundo – Como sabe que eu mexo com palavras? Você é daqui, Manoel? Sou pantaneiro de chapa e cruz. Sou puro de corixos e vazantes. Ele quis me descobrir. Me empedrei. Quer saber qual o nome que tal árvore tem aqui. Quer saber o nome daquele passarinho que pula no brejo, cor de café, e como é que ele canta. A gente só sabe essas coisas por aflúvios, por ruídos, pelo faro. Mas sempre se pode errar pelo faro. Pensa que vai dar na guabiroba e dá no guaviral. A gente não sabe o cultural desses entes de folha e de asas. Só se sabe o natural. O que se vê.”8

O diálogo se estabelece pelo confronto amistoso de poéticas distintas: Rosa, o turista, quer aprender o nome das coisas para se apropriar delas esteticamente; Manoel, o pantaneiro, aceita o fato de que a “Muita coisa importante falta nome”,9 contentando-se com o conhecimento direto, não-nomeador. O diálogo é qualificado por Barros como uma contínua invenção que remonta ao lugar de origem dos falantes: “Nossa conversa era desse feitio. Ele inventava coisas de Cordisburgo. Eu inventava coisas do Pantanal.”10

Tendo em mente que se trata de um diálogo feito a partir de uma única voz, no qual Barros recria suas memórias do encontro com Rosa – sendo perceptível, em certas passagens, a tentativa de imitar o estilo excessivamente virgulado do autor mineiro (“E árvore, Manoel, o nome de algumas, você me dará?”) –, o assunto de maior relevância do diálogo e que nos permite vislumbrar em maior profundidade a poética de Barros é sua concepção de folclore bem como os modos de apropriação do material popular pelo escritor letrado (questão central em Rosa): “E o folclore, Manoel? Pantanal tem pouco folclore, pois se trata de pouso relativamente novo. Há quem misture folclore com bichos, coisas exóticas. Aqui não há nada exótico. Turista não precisa vir atrás de exótico. O que tem aqui tem em toda parte.”11 Sobre os perigos de se espraiar numa “degustação contemplativa” do natural, Barros adverte que a mera enumeração de bichos e plantas não produz literatura, já que apenas copia, sem produzir aquela “surda transfiguração epifânica”.12 Assim, o poeta luta para não ser engolido pela exuberância do natural, difícil de compor artisticamente, já que a linguagem precisa ser abotoada e fechada “nas braguilhas”:

“Luto para não ser engolido por essa exuberância. Às vezes a linguagem se desbraga; então, é abotoá-la. Fechá-la nas braguilhas. Fazer que se componha. Difícil é compor a exuberância. Ela escorre, é água. Escorrega, é lama. Apodrece, é brejo. Mas o artista tem que podar essa exuberância, tem que contê-la nas bragas, com vontade estética, numa linguagem com estacas.”.13

Por fim, repudia a pecha de “poeta do Pantanal”, visada limitante, associada ao folclore e que acaba por privá-lo de seu “esforço linguístico”, criador de uma “linguagem com estacas”.14

É importante recuperar os lugares de enunciação de Rosa e Barros para divisar suas nuances de perspectiva. Barros é o pantaneiro, mesclado, emaranhado ao natural e parte extensiva dele; Rosa é o turista que passeia pelo “país do boi”, deslumbrado com sua natureza exuberante (daí certos trechos profundamente descritivos de “Com o vaqueiro Mariano” em sua segunda parte, que parecem funcionar com acicate estilístico). A constituição desse ponto de vista diverso torna-se perceptível pela posição do olhar. Em “Mundo renovado”, Barros diz: “No Pantanal ninguém pode passar régua. Sobremuito como chove. A régua é existidura de limite. E o Pantanal não tem limites”15. A recusa convicta em ver limites, reforçada pela situação de fluidez ocasionada pelas chuvas marca um olhar que se abre de dentro para fora e que não aceita conceber o universo pantaneiro enquanto apartado do resto (daí a ideia de que o Pantanal não tem propriamente folclore, que o tornaria simultaneamente singular e pitoresco).16 Há ainda nesse olhar a consciência de que o folclore é uma espécie de domesticação do natural, aspecto que a poesia deve confrontar. Assim, o domínio dos temas que se deseja transfigurar poeticamente funciona não como controle, mas sim, a contrapelo, como recurso que permite sua renovação por sua não propriedade: “o que se pode fazer de melhor é dizer de outra forma. É des-ter o assunto.”17 O olhar de Rosa, por outro lado, é marcado pelo deslumbre do visitante, que se vê circundado pelo desconhecido e o concebe, em certa medida, como um mundo fechado ao qual se procura aclimatar pela linguagem, resguardando, no entanto, o necessário impacto do novo.

A despeito das diferenças, Barros especula que a técnica literária de Rosa seria capaz de refrear o puramente natural, a enumeração vazia desprovida de consistência estética: “Precisamos de um escritor como você, Rosa, para frear com a sua estética, com a sua linguagem calibrada, os excessos de natural. Temos que enlouquecer o nosso verbo, adoecê-lo de nós, a ponto que esse verbo possa transfigurar a natureza. Humanizá-la.” De acordo com o poeta mato-grossense, Rosa teria conseguido realizar tal feito: “Rosa fez tudo isso alguns anos depois, dando a público o seu Com o vaqueiro Mariano, um livro intenso de poesia e transfigurações. Dele recebi um exemplar dedicado – Olha aí, Manoel, sem folclore nem exotismos – como você queria.” Quando acrescentamos a “alguns anos depois” a precisão da data junho de 1953 – “Rosa andou por aqui em junho de 1953. Já havia publicado Sagarana e estava consagrado. Não tinha fim a sua curiosidade.”18 – percebemos uma disparidade entre a data da publicação da narrativa em livro (1952) e o comentário de Barros. Supondo que Rosa tenha estado no Pantanal novamente em junho 1953, a versão em livro já estaria disponível à época, o que torna incorreto o apontamento do poeta. Mais do que isso, inviabiliza por completo a ideia de que o diálogo sobre o tratamento literário do folclore e da matéria regional tenha contribuído de algum modo para enformar o conto. Outra possibilidade seria um lapso na data, Barros poderia ter confundido julho de 1947 por junho de 1953, mas tal possibilidade também apresenta considerável complicação, pois em outra entrevista, enfeixada no mesmo volume, ele diz: “Quando meu pai morreu, em 1949, ficaram-me de herança umas terras no Pantanal de Corumbá [...] Deixamos o grande centro e por aqui ficamos”.19

A despeito da coerência factual do relato de Barros, o possível diálogo entre as poéticas dos dois escritores tem sido explorado, sobretudo por pesquisadores vinculados à UFMS. Paulo Sérgio Nolasco dos Santos, partindo dessa mesma entrevista e aproximando o texto rosiano do Livro das pré-coisas (1985) manoelino, descreve o possível encontro e diálogo entre os escritores como marcado pelo “sabor de coisas inventadas à maneira do próprio vaqueiro Mariano que, sabendo, e por saber a seu modo particular de ver e explicar o Pantanal como mundo, recria recortes de textos, de enunciados colhidos ao longo do tempo e da vida”. A partir de sua leitura dos poemas de Barros, o pesquisador destaca a “condição de emaranhamento” que constitui o universo do homem pantaneiro que, arborizado, converte-se na “própria paisagem”. Nolasco também cita, ainda que sem as referências completas, uma carta de Rosa a um conterrâneo sul-mato-grossense na qual o escritor revela apreço pelo Pantanal enquanto “mundo autêntico de sentimento, pitoresco, variado e sincero”, valorizando suas experiências de oitiva com o linguajar nativo e descrevendo indiretamente, a partir de seu desejo de retorno, o itinerário de sua viagem: “Deu-me vontade de voltar um dia a esse Mato Grosso Meridional, que me deslumbrou tanto: rever Aquidauana, Nioac, Miranda, Dourados, a Fazenda Jardim e o ‘Buracão do Perdido’”.20

A reconstituição em detalhes desse roteiro é um dos interesses centrais da pesquisa de Joana D’Arc Gothchalk. Para a estudiosa, também filiada à UFMS, os detalhes do percurso rosiano por terras pantaneiras podem ser extraídos de “Sanga Puytã”, narrativa escrita, a ser ver, como um diário de viajante. Além disso, sua abordagem do que chama “narrativas híbridas” (“Cipango”, “Com o vaqueiro Mariano” e “Sanga Puytã”) procura pensar a atuação de Rosa como a de um “turista-aprendiz” que procede num âmbito próximo ao que Walter Mignolo conceitua como hermenêutica heterotópica, “um paradigma mediante o qual se pode compreender o modo como os membros de cada cultura pensam as práticas culturais e discursivas do outro.”21 Sobre o encontro com o poeta pantaneiro, dado o descompasso de datas evidenciado acima, parece-me curioso o caráter convicto da pesquisadora ao afirmar ser do “conhecimento de todos os estudiosos, principalmente da literatura local” que o mesmo se deu em 1947, já que não arrola nenhum documento além da mesma entrevista a que aludimos, também consultada no volume organizado por Berta Waldman, e, mais do que isso, acaba por não incluir a informação mais precisa que Barros lá nos oferece, a de que o encontro teria se dado em junho de 1953. Acrescenta ainda que ele teria ocorrido “nas paragens da fazenda Firme”, sugerindo, inclusive, a reverberação direta desse encontro em “Com o vaqueiro Mariano” de modo que a conversa com o vaqueiro “pode ser lida metaforicamente como o próprio anfitrião Manoel de Barros”.22

Do que foi dito acima, não é minha intenção sugerir que o encontro com Barros nunca ocorreu,23 mas sim apontar os modos distintos de se olhar o Pantanal pela poética de cada autor e indicar que, do modo como é descrito por Barros, “Com o vaqueiro Mariano” seria um texto exemplar enquanto delineamento preciso de uma postura sobre o aproveitamento da matéria regional transfigurada esteticamente, algo essencial para um autor como Rosa, para quem “Em regra, as coisas mais sérias e mais belas ficam no folclore”, pois “o povo sente confusamente seu extraordinário poder e as guarda.”24

Ligações a esta post:

Notas:
1 O Fundo João Guimarães Rosa (IEB-USP) apresenta um mapa da Nhecolândia e alguns desenhos cuja composição parece ter se dado antes da viagem, como uma espécie de planejamento. No entanto, não foi possível, como no caso da viagem de 1952, encontrar documentos que dão testemunho direto do registro das impressões (como a caderneta) ou sua transposição posterior, como os cadernos intitulados Boiada 1 e Boiada 2. O acesso a esse conjunto documental tornou-se mais fácil com a publicação de uma edição fac-similar intitulada A boiada (Nova Fronteira, 2011).
2 Carta a Azeredo da Silveira, de 5 de agosto de 1947. Arquivo Paulo Rónai. Apud. COSTA, Ana Luiza Martins. João Guimarães Rosa, Viator, 2002. 270 f. Tese (Doutorado em Letras) – Centro de Educação e Humanidades da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, 2002, p. 38.
3 Arquivo IEB-USP, Fundo João Guimarães Rosa, documento JGR-CP-01,37. Carta datada de 25 de novembro de 1947. Na carta, Rosa descreve um pouco de sua experiência pantaneira, ressaltando a exuberância da paisagem, relatando o encontro com os zagaieiros e a curiosa história de um deles, Marcão, que chegou a ir para os EUA de avião.
4 Arquivo IEB-USP, Fundo João Guimarães Rosa, documento JGR-PA-04,02 e JGR-PA-04,03.
5 Arquivo IEB-USP, Fundo João Guimarães Rosa, documento JGR-CP-08,78. Telegrama datado de 6 de julho de 1951.
6 Arquivo IEB-USP, Fundo João Guimarães Rosa, documento JGR-R02,172. Texto intitulado “O vaqueiro e o ministro: o personagem fala sobre o autor”.
7 Pedras aprendem silêncio nele. In: BARROS, Manoel de. Gramática expositiva do chão. (Poesia quase toda). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1990, p. 337-339.
8 Ibidem, p. 337-338.
9 ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2011, p.125.
10 BARROS, Manoel de. “Pedras aprendem silêncio nele”, cit., p. 338.
11 Ibidem, p. 339-340
12 Ibidem, p. 315.
13 Ibidem, p.322
14 Ibidem, p.322-323.
15 BARROS, Manoel. Poesia completa. São Paulo: LeYa, 2013, p. 190.
16 Em seu estudo, Berta Waldman fala da “semovência do Pantanal” que, na obra de Barros, ocupa um lugar que mais do que “referente geográfico, em constante decomposição e renovação, [...] configura-se como um mundo fluido e circular onde a vida e a morte fervilham no rastro animal e vegetal.” WALDMAN, Berta. A poesia ao rés do chão. In: BARROS, Manoel. Gramática expositiva do chão, cit., p. 15.
17 Com o poeta Manoel de Barros. Entrevista a Martha Barros para o Correio Brasiliense. In: BARROS, Manoel de. Gramática expositiva do chão, cit., p. 312-317.
18 “Pedras aprendem silêncio nele”, cit., p. 338-341 Ibidem, p.338.
19 “Uma palavra amanhece entre aves”. Entrevista a Antônio Gonçalves Filho para Folha de S. Paulo In: BARROS, Manoel de. Gramática expositiva do chão, cit. p.3 17-323. Esse dado é reforçado pela cronologia da obra do poeta elaborada por Berta Waldman: “Nascido em Corumbá, Mato Grosso, em 1916, filho de um capataz de fazenda que se tornou fazendeiro, deixando-lhe como herança terras no Pantanal de Corumbá, Manoel de Barros, depois de 1949, sai do Rio de Janeiro, onde vivia, para enfrentar o Pantanal, transformando-se em fazendeiro.” WALDMAN, Berta. A poesia ao rés do chão, cit., p. 12.
20 SANTOS, Paulo Sérgio Nolasco dos. Guimarães Rosa e Manoel de Barros: no pantanal da Nhecolândia. In: CUNHA, Betina Ribeiro Rodrigues da (Org.) Ave, Rosa! Leituras, registros, remates... Rio de Janeiro: 7 Letras, 2016, p. 121-124.
21 GOTHCHALK, Joana D’Arc Mendes. Guimarães Rosa: narrativas híbridas (Cipango, Entremeio com o vaqueiro Mariano e Sanga Puytã). 2009. 147 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagens, Teoria Literária e Estudos Comparados, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2009, p. 61-69.
22 Ibidem, p.71-72.
23 Pude escutar o relato do poeta sul-mineiro Tarcísio Bregalda, correspondente ao longo de vários anos com Manoel de Barros, tendo inclusive visitado o poeta no final dos anos 1990 em sua casa no Pantanal, que me afirmou convictamente que o poeta pantaneiro falava com muita alegria e riqueza de detalhes sobre seu encontro com Rosa. Além disso, dado o isolamento geográfico a que estava submetida a região pantaneira em uma era pré-Brasília, não seria de todo inverossímil que Barros não conhecesse o livro de Rosa e que só o tenha recebido anos depois. Não há indícios do nome de Barros no Fundo João Guimarães Rosa, constando, apenas, dois livros seus – Poesias (1956) e Compêndio para uso de pássaros (1960) – com dedicatória, na biblioteca do escritor mineiro.
24 Trata-se de parte do fragmento 42 do ensaio inédito “Liquidificador”. Arquivo IEB-USP, Fundo João Guimarães Rosa, documento JGR-M-21,01.

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