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Dor e glória, de Pedro Almodóvar

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Por Pedro Fernandes A consciência de que o passado está preso nas linhas do irrepetível parece ser uma das certezas universais com a qual mais lutamos. Não é exagero dizer que a partir da formação dessa compreensão toda nossa vida seja feita de tentativas de nos reencontrarmos com nossos instantes de júbilo; por essas ocasiões que somadas todas na vida de um indivíduo comum não chegaria a um terço de sua existência total qualquer um pagaria qualquer preço incluindo uma nova vida com o mesmo novelo de mesmices e dores. Pedro Almodóvar alcançou essa consciência sobre o passado e transformou suas inquietações, como quem passasse a limpo sua própria biografia, numa obra de arte capaz de atingir a todos. Em Dor e glória encontramos o tema do vazio criativo e o seu preenchimento com aquilo que de melhor pode fazer um artista: multiplicar-se para ser a si e um outro, sendo este aqueles que em toda parte padecem da impossibilidade dessa condição. Volta à estrutura da meta