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Mostrando postagens de agosto 1, 2019

Boa noite, amazona, de Manoel Herzog

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Por Pedro Fernandes “Havia, na insipiência de iniciante tardio, desenvolvido um método literário que consistia em fazer uma reportagem da própria vida, um confessionário. Depois de algum tempo sacava da gaveta esse acervo e começava a enxertar de fantasias ou experiências alheias. Impessoadas assim minhas histórias, dava-lhes o rótulo de ficção, descomprometendo autor e personagens.” Essa passagem de Boa noite, Amazona é parte do capítulo referido por uma carta do tarô de Marselha intitulada “O Mago”; trata-se de um arroubo metanarrativo que oferece ao leitor alguma chave para acesso ao caudaloso e, por vezes, irreal e inverossimilhante, universo de um narrador incapaz de narrar porque tomado por uma crise de criatividade, o que é apenas uma pequena parte de outra crise de ordem pessoal. A princípio, poderá o leitor acreditar que se situa no interior de uma confissão muito à vontade desse narrador sobre uma viagem empreendia pelas sendas da região amazônica de Manaus