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Mostrando postagens de junho 18, 2021

O sentimento da leitura

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Por Julien Gracq “Sem título”, Andy Warhol e Jean-Marie Basquiat, acrílico e óleo, coleção particular, 1985.  A partir do momento em que há um público literário (isto é, desde que uma literatura existe) o leitor, colocado na frente de uma variedade de escritores e obras, reage de duas maneiras: por um gosto ou por uma opinião. Colocado frente a frente com um texto, o mesmo estalo interior que acontece em nós, sem regra e sem razão, no encontro de um ser, vai se produzir no leitor: ele “gosta” ou ele “não gosta”, é ou não é coisa de seu interesse, ele experimenta ou não experimenta, no decorrer das páginas, este sentimento de leveza, de liberdade aliviada e, entretanto, absorvida pouco a pouco, que se poderia comparar com a sensação do ciclista aspirado na agitação de seu pelotão, e, com efeito, no caso de uma conjunção feliz, pode-se dizer que o leitor cola na obra, vem preencher de segundo em segundo a capacidade exata do vácuo de ar cavado pela rapidez voraz da obra, forma com ela,