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Notas para uma definição do leitor ideal, de Alberto Manguel

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Por Pedro Fernandes Alberto Manguel. Foto: Bruno Simão. Na nota em modo de preâmbulo a estas Notas para uma definição do leitor ideal , Alberto Manguel diz: “Cada livro, cada história pode ser, assim como para Sherazade, uma estratégia contra a morte; pode ser também um projeto para uma vida melhor, como Dante imaginou, ou pelo menos um pouco mais justa, como sonhou D. Quixote. Acho que é apenas isso, com ligeiras variações, o que venho repetindo nos meus textos desde o princípio, há muito tempo.” Esses instantes de alumbramento se fazem recorrentes ao longo dos ensaios reunidos neste livro — prefiguram o que poderíamos designar como uma segunda voz, a de um leitor, atento à tarefa de inferir sobre o que assevera o ensaísta, muitas vezes, assumindo-se parte própria da constatação. Esta é uma maneira interessante de demonstrar que a ensaística, pelo menos nesse caso, se organiza sob um duplo par de olhos, o do escritor e o do leitor; é a transferência para o convívio interno do tecido t