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Mostrando postagens de agosto 6, 2021

O que fica entre o cair do sol e o ganhar da noite

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Por Tiago D. Oliveira Sobre os poemas, a sensação é mais do que palavras, o tempo atravessa-nos de forma inequívoca, encontra poros que acessam alojamentos para cada verso do livro As mobílias da tarde , de Francisco Perna Filho, publicado pela editora Penalux. Um objeto que organiza acabamentos para cada vão vazio de uma casa. E esta, ao passo que espreita é também ressignificada pelo barro da poesia a figurar cuidados e respostas que tocam paulatinamente.   Dividido em quatro partes, “A infância”, “Gênesis”, “Ao logo desses anos” e “De olhos bem abertos”, em 84 páginas Francisco consegue criar um espaço onde o tempo retoma o que o fez marcar e entregar poesia em suspensos rasantes do passado. A literatura apresenta suas armas em direção do que não se coloca nunca sob a ilusão de uma imagem passiva, o tempo não para, mas na poética do livro conseguimos tocar no passado novamente; a poesia invade a hora imediata e suspende a memória bem diante dos nossos olhos, a cada soma de versos.