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Mostrando postagens de outubro 7, 2021

Ada ou Ardor, de Vladimir Nabokov

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Por Pedro Fernandes Vladimir Nabokov. Foto: Giuseppe Pino.   É num dos encontros entre Ivan Durmânov e Adelaida Durmânov que os amantes redescobrem uma parte do intenso verão de 1844 registrada num álbum difamatório preparado cuidadosamente por um certo rival. A leitura desses registros fotográficos, incluindo alguma especulação em torno das fotografias do segundo reencontro dos dois, em 1888, supostamente descartadas por Ada, se oferece como a oportunidade para que o horrorizado espectador interessado em zelar seu amor dos olhos impuros e da sujeira do mundo se sinta motivado a escrever o livro que agora lemos — “redimirei nossa infância escrevendo um livro sobre ela: Ardis crônica de uma família”. Não é apenas a confirmação do que suspeitamos desde o início do romance, quando encontramos as inferências do narrador, da própria Ada e de um editor, nem só a revelação do ponto de origem da narrativa, este é um instante que reata um traço essencial na literatura de Vladimir Nabokov, o da