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Via Ápia: cinco visões de uma realidade

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  Por Vinícius de Silva e Souza Após o sucesso com O sol na cabeça , Geovani Martins foi ousado ao partir para o gênero romance e valendo-se de uma narrativa tão complexa: a vida de cinco jovens periféricos durante um específico e nada curto ou pacífico período de 2011 a 2013 —, antes, durante e depois da ocupação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em favelas do Rio de Janeiro.  Em Via Ápia  Acompanhamos os irmãos Washington e Wesley e os três amigos Biel, Douglas e Murilo enquanto sonham, se apaixonam, transam, brigam e fumam. Enquanto vivem. “A sensação era de que a vida não dava tempo para pensar nem escolher nada”, esclarece a narrativa, “é sempre um dia depois do outro pra ver no que vai dar.”   Por esses cinco jovens, Geovani Martins faz um retrato nada isento da vida na favela da Rocinha. A maconha é recorrente, talvez até demais, se fazendo presente em todos os curtos capítulos, agora, muito mais do que o acessório da erva, o que mais transparece por...

Vá, de ressaca – a (in)formalidade de Geovani Martins em “O sol na cabeça”

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Por Rafa Ireno Geovani Martins. Foto: Chico Cerchiaro Por coincidência ou não, quando ouvi falar d’ O sol na cabeça de Geovani Martins pela primeira vez, na universidade, eu estava lendo uma crônica de Rubem Braga a respeito do abstracionismo dos anos 1950, a qual se referia à polêmica que essa tendência de arte mais formal provocou na tradição brasileira de pinturas figurativas, em geral, engajadas. Na verdade, uma leitora pede a opinião do cronista sobre certas obras concretas expostas no Rio de Janeiro. Após confessar não ter ido na tal exposição, o cronista diz o seguinte: “Cada um faça o que lhe agrada mais, e sempre valerá alguma coisa tudo o que for feito com sinceridade e sabedoria. Creio mesmo que é normal essa oscilação da arte – ora se agarrando mais à vida, ora se satisfazendo mais a si mesma, obedecendo à pura lógica de seus meios.” Era numa terça, lembro, tinha que sair rápido do Butantã e ir para a Cooperifa. Aproveitei para consultar amigos de lá e nada...