Suk Suk, de Ray Yeung
 
    Por Pedro Fernandes           A filmografia de Ray Yeung é marcada por uma constante: tornar visível histórias que mostram as transformações culturais e sociais pelas chamadas culturas dissidentes em relação aos padrões dominantes em seu país. Suk Suk  é o terceiro longa que se infiltra no universo gay chinês: os dois primeiros foram Cut Sleeve Boys  (2006), uma comédia  romântica que lida com a revisitação às vidas de dois homens depois da morte de seu melhor amigo, e Front cover  (2015), que perfaz um caminho semelhante, agora, pelo encontro entre um estilista e um renomado ator. Também os vários curtas que dirigiu tem a mesma raiz de interesse, o que o coloca numa posição um tanto paradoxal no seu país: a de uma persona non grata  entre o ideário dominante e a de uma importante voz capaz de registrar os silenciamentos aí impostos.     Os dois primeiros filmes apresentam-se interessados no pequeno drama burguês. Nesse sentido, parece que estamos diante de um cineasta encantado co...