Experimentar a dor
 
  Por Gabriel Stroka Ceballos      Marguerite Duras. Foto: Robert Doisneau        Hoje em dia espera-se pouco. E por pouco esperar qualquer espera parece insuportável. A mensagem não respondida por cinco minutos parece levar uma eternidade. Além da crescente velocidade nas comunicações, a cada dia que passa arranja-se uma distração tecnológica a mais. Assim, talvez, cada vez sabemos menos sobre o que é experimentar a angústia tão humana.     Recentemente li A dor . Confesso que fui levado a ler Marguerite Duras pela convergência de dois fatores quase que superficiais à sua escrita. Os primeiros foram o título e a capa desta edição que peguei em algum sebo pela vida e tinha aqui perdido em minha pilha dos “para ler” e o segundo tem a ver com a onda feminista, que me abriu os olhos para a verdade incômoda de que eu raramente escolhia escritoras como próxima leitura.       E o que se pode dizer de Marguerite? Muito, definitivamente. O primeiro texto do livro é o que dá título à edição...