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Sylvio Floreal de trás para a frente — uma nota imprevista da alma

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Por Lucas Paolillo   Nesse saco de gatos que é a filosofia, Nietzsche foi o gato que mais miou, arranhou, revolucionou e depois saiu airosamente com uma porção de unhas desses felinos cravadas no crânio, o que lhe proporcionou a maior apoteose que um espírito como o seu poderia ambicionar — a loucura!     — Sylvio Floreal.   Sylvio Floreal. Foto: A Cigarra , 1927.   Sylvio Floreal é um personagem de difícil enquadramento. Acertar na medida para apreciar os seus escritos é tão desafiador quanto compreender a sua figura. Conforme veremos, ambas não são muito dissociáveis. No entanto, se essa dificuldade se faz visível, é apenas porque a invenção que ele fez de si mesmo cumpriu, de um modo ou de outro, seus propósitos. Observação, é bom que se diga, devida à jornada de Floreal ser movida por muita invencionice e imaginação caudalosa. De início, suas intervenções na vida literária se fizeram sobretudo pela via da performance verbal, teatral, disseminadora de ornamen...