A maior travessura da menina má: Elvira Vigna do cáustico ao agônico
 
 Por Alfredo Monte           No café, em João Pessoa, depois da apresentação do seu novo livro, Por escrito , e de um sanduíche, Elvira Vigna espera os chuviscos passarem e espia pra ver o que vai acontecer ainda... Chega uma senhora e pergunta:    — Então, está satisfeita?    — Satisfeita, eu, não! Nunca!    — Mas por quê?    — Acho que é porque eu quero demais da vida.    — E o que é que você quer agora?    — Tempo, acho que a gente sempre precisa de mais tempo.     A senhora foi embora... depois informaram à Elvira: era a dona do Café! Queria saber se ela gostara do sanduíche.       No dia seguinte, nem abriu o jornal para não ver a manchete inevitável: “Proprietária de café se suicida em João Pessoa” 1 .     Rigorosamente verídico, o diálogo acima é um típico-Elvira ao vivo!  Poderia estar em qualquer um de seus romances.     A heroína do episódio vem construindo uma marcante obra como romancista desde o final dos anos 1980, um universo áspero e cáustico, no interior do qual as...