A caixa do apocalipse
 
Por Christopher Domínguez Michael   Louis-Ferdinand Céline. Arquivo Pierre Duverger/ IMEC Images Em novembro de 1961, Lucie, também conhecida como Lucette, a viúva de Céline, colocou uma inscrição no túmulo de seu marido no cemitério de Meudon que dizia: “Louis-Ferdinand Céline / Docteur L. F. Destouches / 1894-1961 / Lucie Destouches / Née Almansor / 1912-19…” Ao gravar esses nomes e essas datas, a mulher que foi companheira do escritor desde 1943 não sabia que sua própria vida continuaria no século XXI. A morte de Lucette, ocorrida a 8 de novembro de 2019, permitiria se concluir a viagem de uma caixa de manuscritos desaparecida em 1944 e que continha, juntamente com outros valiosos documentos pessoais, Guerre ,  Londres ,  La volonté du roi Krogold e  Casse-pipe  (1952), este último em sua versão definitiva. A editora Gallimard publicou os dois primeiros romances em 2022, totalmente inéditos, e anuncia que, em 2023, fará o mesmo com os outros dois livros.   Nos anos oitenta,...