Zila Mamede — itinerário e exercício da poesia (5)
 
Corpo a corpo  – paisagem dos cinqüent’anos ou uma volta em mágoa Por Paulo de Tarso Correia de Melo*   Corpo a corpo   Pasto branco  potro bravo  corpo a corpo  corre o certo  tempo incerto  de um corisco   Pasto e cobra  rosto franco  na empreitada:  febre e fogo  nesse jogo  de encontrar-se   Pasto e potro  rasto e sono  em breve trato:  rosto acorda  laço e corda  desatados   Pasto grave  tenso rosto:  cobra-cobra  se consome  na empreitada  re-presada   Pasto franco  rosto breve  fogo e risco  fome e riso  no improviso  desse jogo   Pasto bravo  potro branco  corpo a corpo:  na campina  o potro: a crina  engalanada   (Zila Mamede,  Corpo a corpo )    ***     “[...] a beleza é tão grande   mas ninguém a enxerga.”     ( Marinha ou Paisagem dos cinqüent’anos )     Embora a autora defina Corpo a corpo  como “uma volta sem mágoa” a cada um dos lugares que marcam o seu itinerário poético, a novidade desses poemas inéditos está, outra vez, muito mais na forma, se tomada em relaç...