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O esquema fenício: sofisticadas linhas e teatralidade em repetição

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Por Alonso Díaz de la Vega   Não é minha intenção menosprezar o restante de O esquema fenício (2025), mas o momento que mais me interessou foi a sequência final dos créditos. Além de nos mostrar quem interpretou quem ou de creditar a equipe de catering , como seria de se esperar, o filme reconhece suas influências pictóricas e musicais: um Renoir surge na tela do nada, abrindo caminho para uma série de peças de artistas menos conhecidos, como Riemenschneider e Raffel. Há também capas de álbuns de Stravinsky, que poderia ser creditado como o compositor do filme. Desde o início, de seu balé Petrushka é usada pelo diretor Wes Anderson música para descrever o protagonista, Zsa-zsa Korda (Benicio del Toro), como grandioso — megalomaníaco, na verdade —, aventureiro e risível. Parece que O esquema fenício surgiu de Petrushka e Renoir, e de tudo o que faz de Anderson mais do que apenas um cineasta: um espectador. Sobre os ombros de gigantes, o diretor estadunidense passou os últimos ano...