Marly de Oliveira, a suave pantera
     Deixei em vagos espelhos  a face múltipla e vária,  mas a que ninguém conhece,  essa é a face necessária.     “O poema é uma estrutura de significantes que absorve e reconstitui os significados, na medida em que seus padrões formais têm efeitos sobre suas estruturas semânticas, assimilando os sentidos que as palavras têm em outros contextos e sujeitando-as a nova organização, alterando a ênfase e o foco, deslocando sentidos literários para sentidos figurados, colocando termos em alinhamento, de acordo com padrões de paralelismo”. A precisa, mas não esgotável, definição sobre o poema, sua ordem, natureza e comportamento, está num texto, certamente conhecido de muitos estudantes de Letras, do teórico estadunidense Jonathan Culler. E a retomada dele no início destas breves notas biográficas não é gratuita, tampouco cumprem um interesse de servir para uma discussão sobre a forma literária, mas porque guardam estreita aproximação com a obra poética de Marly de Oliveira.         Ela...