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  Paul Benney  encontrei-me nu. criança  sob uma abóbada celeste chumbo  num futuro passado a limpo distante  alheio a mim mesmo.   divaguei e divaguei  nas capoeiras rotas  poeirentas, amareladas,  por vezes escura,  vestida de morte.   desterros.  no céu cinza escarlate  um passado futuro desatado, distante  desdobra-se em gotas de estrelas  escusas, alheias a mim.   quisera reverter a abóbada celeste  a abóbada do meu pensamento  dissecar todo o lamento em fúria  da natureza escura, morta.   re(ver) o azul celeste  que carrego na abóbada do meu pensamento.  ex(por) o brilho vivo das estrelas.  acalentar o lamento fúria da natureza  vê-la em colorido, forma viva.     *  Este poema foi publicado inicialmente nos site Jornal de Poesia e Garganta da Serpente.  Acesse  o e-book  Palavras de pedra e cal  e leia outros poemas de Pedro Fernandes.       
 
 
 
 
 
