Decisão de partir: o cinema coreano volta a superar Hollywood

Por Alonso Díaz de la Vega Uma caixa de sushi é, para mim, a imagem mais memorável de Decisão de partir (2022). Soa estranho, considerando que o filme é uma espécie de noir romântico aplaudido mais pelos seus sentimentos do que pelas sensações que evoca, mas o diretor coreano Park Chan-wook claramente pretende fazer dessa trivialidade um signo. O protagonista, um detetive insone, casado e metódico chamado Jang Hae-jun (Park Hae-il), decide jantar com uma suspeita de homicídio chinesa, Song Seo-rae (Tang Wei), no meio de uma sala de interrogatório. Seu marido, um burocrata da imigração, foi encontrado morto alguns dias antes ao pé de uma montanha de onde pode ou não ter escorregado, e Seo-rae — atraente, jovem, suspeita — é seguida por Hae-jun até que ele decida chamá-la à delegacia. Lá, Seo-rae lhe mostra alguns ferimentos na perna, e ele pede a um colega para tirar fotos para respeitar o protocolo de gênero, mas demora para chegar; desesperado, ele se encarrega de capt...