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A desesperança e os malditos dias revolucionários de Ivan Búnin

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Por Marcelo Jungle   Entre os estereótipos que lhe foram atribuídos, o escritor russo Ivan Búnin (1870-1953) ganhou fama como o autor da Rússia esquecida. No entanto, ele é muito mais do que um simples tipógrafo do passado. Búnin é também o registrador da alma e do amor. Seus contos falam geralmente sobre desespero e mal-entendidos em relacionamentos, cujo cenário é a inevitável decepção ou separação forçada, seja pela morte, seja por um marido traído ou uma mãe ciumenta, pelo suicídio ou abandono. Uma superfície que esconde aspectos profundos da vida e dos destinos das pessoas, afetadas por decisões com consequências duradouras. Não há expectativa de encontrar felicidade para quem lê seus contos. Mas aprenderá muito sobre a vida interior.   Dias Malditos , seu diário relativo aos anos de 1918 e 1919, chega ao Brasil 87 anos após sua publicação. Traduzido pela pesquisadora Márcia Vinha (que também assina o excelente posfácio) e lançado pela Editora Carambaia, o leitor brasilei...

Ivan Búnin

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Ivan Alekséievitch Búnin nasceu em 10 de outubro de 1870 em Vorônej no seio de uma família aristocrática constituída a partir da emancipação dos trabalhadores e da crescente industrialização do seu país. Todos seus antepassados, tanto por parte de mãe como por parte de pai, haviam sido grandes proprietários de terras na Rússia Central. Seu pai era descendente da mais alta nobreza; sua origem remonta muito além do século XV e entre seus ínclitos ascendentes se contavam escritores tão importantes como Vasili Zhukovski ou Anna Búnina. Ivan Búnin passou sua infância na casa paterna de Vorônej, rodeado dos cuidados de uma criança de alta classe. Mas pai não se destacava precisamente devido às suas inquietações espirituais ou intelectuais e sim pelo alto consumo de bebidas e sua paixão por jogos de azar; sua mãe, entretanto, muito superior a ele, moral, cultural e religiosamente, amava a poesia e foi sempre carinhosa com seus filhos. Três anos depois do nascim...