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A moreninha: jovem, traquina e sonhadora

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Por Renildo Rene Ismael Nery. Baía de Guanabara , s.d.   Quando Joaquim Manuel de Macedo se mudou de Itaboraí para o Rio de Janeiro com o desejo de se tornar um escritor brasileiro, ele hesitava em pensamento se poderia conquistar algum público com suas histórias. “Fui eu que (talvez ainda com vaidade de pai) cheguei a crer que o público a não enjeitava”, disse ele sobre a publicação de A moreninha no prólogo de O moço loiro (1845), “e, sobretudo, que minha querida filha tinha achado corações angélicos, que, dela se apiedando, com o talismã sagrado de sua simpatia a levantaram mesmo muito acima do que ela merecer podia”.   Em 1844, o lançamento do romance alçou o prestígio social de Macedo na capital do Império e estabeleceu o espaço da obra como um marco inaugural no país. Dois anos antes, Teixeira e Souza havia publicado O filho do pescador , porém foi com o alcance popular, sobretudo mulheres, que A moreninha reinou na representação de “primeiro romance romântico brasile...

Memórias do sobrinho de meu tio, de Joaquim Manuel de Macedo

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Por Pedro Fernandes É muito possível que Joaquim Manuel de Macedo figure entre os escritores brasileiros que padecem no limbo da memória literária de seu país e quando lembrado pertença apenas à lista dos autores de um livro só, embora essas duas condições sejam um duplo golpe contra um criador autêntico e polivalente, que tomou muito a sério a condição do gênio, esmerando-se pelo trabalho de construir uma obra singular e significativa para um país que ainda engatinhava na formação de um sistema literário. As razões que levam à primeira visão são oferecidas dado ao silêncio em torno de sua obra e a escassez de sua presença, muito provavelmente restrita a alguns dos poucos cursos de Letras, entre os leitores brasileiros; e, a segunda constatação, que se justapõe à anterior, se determina pela reiteração de A moreninha como sua Magnum Opus , eleição tão controversa como injusta porque tem ofuscado os poucos olhares para um universo criativo amplo e diverso. Mas, qual a ...

Joaquim Manuel de Macedo

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Antonio Candido não exclui o nome de Joaquim Manuel de Macedo no cânone composto pelo seu fundamental e sempre citado Formação da literatura brasileira . Mas não poupa, naquela maneira elegante e sutil típicas do seu estilo, as críticas; é notória a escolha do estudioso pela literatura de José de Alencar entre as primeiras no rol da história do romance brasileiro. Não é o caso de julgar sua compreensão, mas sempre ficará a pergunta sobre quais atributos o autor de Iracema favorece uma posição acima do autor de A moreninha . Preserve-se as peculiaridades de cada escritor, mas um e outro se beneficiaram da força das narrativas de folhetim e construíram uma obra marcada pelas mesmas deficiências : “realidade, mas só nos dados iniciais; sonho, mas de rédea curta; incoerência, à vontade; verossimilhança, ocasional; linguagem familiar e espraiada”, para utilizar as mesmas expressões formadas pelo crítico brasileiro em relação à obra de Joaquim Manuel de Macedo. É possível que ...