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A invasão do povo do espírito, de Juan Pablo Villalobos

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Por Pedro Fernandes Juan Pablo Villalobos. Foto: Jonathan Saldaña Foi em 2015 que Submissão , de Michel Houellebecq arrastou o escritor francês para uma dessas encruzilhadas armadas, sabemos, por um público renovadamente intolerante ao discurso literário; entre as acusações pesou a de islamofobia devido a narrativa, recuperando a teoria da grande substituição, antevia a tomada da França por um poder centrado na lei islâmica. Quase uma década mais tarde, é possível pinçar o tema em A invasão do povo do espírito , de Juan Pablo Villalobos. O caso é atenuado porque ao realismo futurista de Houellebecq, o escritor mexicano propõe um futurismo realista e a substituição, nesse caso, do americano pelo oriental aparece diluída no interior de uma trama feita de teoria da conspiração, especulação científica, o seu já conhecido fino humor e contada pela perspectiva de um protagonista extremamente higienizado, como se desenhado pela enjoativa cartilha do tipo politicamente correto desses capaz de...

Ninguém precisa acreditar em mim, de Juan Pablo Villalobos

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Por Pedro Fernandes Juan Pablo Villalobos. Foto: Metal Magazine .   Muito se repetiu sobre o romance enquanto enquanto um rico repositório das mais variadas expressões da linguagem. Uma parte dessa complexificação do romanesco se amplia com acentuado vigor a partir do século XX, muito embora, os resultados nem sempre sejam satisfatórios. Depois do sopro modernista, o que mais encontramos são tentativas fracassadas, pouco convincentes ou insatisfatórias dos usos da forma. É válido repetir que não é suficiente ao escritor o bom exercício da técnica; é tão ou mais importante certo talento para oferecer naturalidade ao andamento da narrativa, processo que inclui, o trato da verossimilhança e o manejo da linguagem. Essas qualidades sempre raras se encontram na literatura de Juan Pablo Villalobos.   Este Ninguém precisa acreditar em mim se organiza por dois fios narrativos principais — um deles com transição entre o registro despretensioso de eventos e circunstâncias ao seu tratam...

Festa no covil, de Juan Pablo Villalobos

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Por Pedro Fernandes Juan Pablo Villalobos. Foto: Andreu Dalmau Festa no covil foi o romance de estreia de Juan Pablo Villalobos. Publicado em 2010 e dois anos depois traduzido no Brasil. Essas informações, apesar de encontradas em qualquer lugar na web , são aqui recuperadas por algumas razões e a principal delas diz respeito à maturidade literária de um escritor logo na sua primeira aparição; isso não é um fenômeno inédito – novidade é se sustentar no mesmo ponto alto de estreia – mas é, cada vez mais, algo raro e incomum boas estreias. Adam Thirlwell, num texto que foi incorporado à edição brasileira como um dispensável posfácio, ressalta a distinção de Villalobos no interior de um cânone literário formado nos países da América espanhola e designado pelo escritor britânico como narcoliteratura, isto é, uma literatura interessada no universo do narcotráfico. O romance, segundo ele, se insere ainda no âmbito da ficção experimentalista. É possível entender essa leitura s...