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Rádio-documentário sobre Auta de Souza

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Rara edição da única obra publicada por Auta de Souza, Horto  (detalhe) Na próxima segunda-feira, dia 10 de dezembro, será apresentado o rádio-documentário À Sombra do Horto  aos ouvintes da Rádio Universitária da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O trabalho que cumpre o resgate da memória sobre a poeta potiguar trata-se do projeto de conclusão do curso de Lady Dayana Silva de Oliveira, do curso de Comunicação. A apresentação terá uma recepção a partir das 17h, no Auditório do Laboratório de Comunicação da UFRN-LABCOM, prédio por trás da Superintendência de Comunicação. O rádio-documentário À Sombra do Horto é o primeiro da série intitulada Filhos da Terra, com o objetivo de resgatar a história de personagens ilustres do Rio Grande do Norte e começa pela cidade de Macaíba com Auta de Souza, um dos nomes da poesia potiguar. Com duração média de 13 minutos, o programa conta com a participação de professores, pesquisadores, músicos e poetas, qu...

Manuel Bandeira

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Auto-retrato Provinciano que nunca soube Escolher bem uma gravata; Pernambucano a quem repugna A faca do pernambucano; Poeta ruim que na arte da prosa Envelheceu na infância da arte, E até mesmo escrevendo crônicas Ficou cronista de província; Arquiteto falhado, músico Falhado (engoliu um dia Um piano, mas o teclado Ficou de fora); sem família, Religião ou filosofia; Mal tendo a inquietação de espírito Que vem do sobrenatural, E em matéria de profissão Um tísico profissional. É quase impossível negar que não conheça a expressão Vou-me embora pra Pasárgada . Ela está entre outras do gênero, como E agora, José? Talvez isso fosse o suficiente para dizer da consagração de Manuel Bandeira. Mas não é. Assim como também não é apenas relembrá-lo como uma das figuras mais importantes no interior do Modernismo brasileiro. É  preciso dizer, entretanto, antecipadamente, que aquela expressão vale por toda obra do poeta porque foi esta, título de um poema, que lhe v...

Hilda Hilst, por Caio Fernando Abreu

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                            Aos 60 anos de idade, com mais de vinte livros publicados (o primeiro é de 1950) de poesia, ficção e teatro, formada em Direito sem nunca ter exercido a profissão, desde 1967 recolhida à Casa do Sol, um sítio próximo de Campinas, depois de 40 anos de literatura (e, segundo ela, silêncio sobre seu trabalho), há três meses Hilda Hilst caiu como uma bomba nos meios literários brasileiros. Com a publicação de O Caderno Rosa de Lori Lamby , Hilda renunciou publicamente à literatura dita "séria" - que lhe conferira, por parte do crítico Leo Gilson Ribeiro, o epíteto de "o maior escritor vivo em língua portuguesa" - e decidiu publicar, daqui para a frente, apenas histórias pornográficas. Bem-sucedidas, essas histórias, já em segunda edição por Massao Ohno Editor, serão seguidas por Contos de Escárnio e Maldizer , a ser lançado em setembro, pela Siciliano, e pelo Diário de um Sedut...

Dois poemas de Auta de Souza a partir do minicurso sobre poeta potiguar

A idéia de se fazer algo sobre Auta de Souza me veio ainda no ano passado quando tive contato com a produção poética sua. A proposta inicial era fazer uma exposição a partir da obra para apresentá-la durante a Semana de Letras na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mas, não deu certo. De exposição, a idéia transformou-se em minicurso, de minicurso colocaram na programação como oficina. Acabou que ficou, pois, um minicurso com nome de exposição e cara de oficina. O minicurso sobre Auta de Souza iniciou com discussões sobre sua poesia, os traços e temas da criação poética e o poder poético de exploração dos sentidos. Parou-se para discutir sobre a natureza do poema, seus aspectos formais,  a relação poesia - escritor - obra - público e desenvolveu-se observações sobre o contexto da literatura potiguar onde se "hospeda" a poesia de Auta de Souza. Abaixo, o recorte com dois poemas, o primeiro, é escrito no advento de sua escrita, o último, três dias antes da sua m...

Minicurso sobre Auta de Souza em destaque na mídia local

Abaixo, cópia da matéria publicada no dia 02 de dezembro no caderno Domingo do Jornal De Fato sobre o minicurso acerca de Auta de Souza ministrado por Pedro Fernandes e que terá início amanhã as 8h .  Os escritores potiguares que deixaram obras que hoje podem ser incluídas como literatura potiguar, sobretudo nos séculos XIX e XX, muitas vezes não são lembrados dentro do próprio Estado. Entre esses autores está a poetisa Auta de Sousa. Com o objetivo de divulgar mais sobre a vida e a obra dessa poetisa potiguar, os que se interessam pelo tema terão um espaço importante para isso, dentro da XIV Semana de Letras e Artes, a ser realizada no período de 3 a 7 deste mês, pelos departamentos de Letras Vernáculas, Letras Estrangeiras, de Artes e de Filosofia da Uern. Dentro da programação está prevista oficina com o tema "Literatura Potiguar: Auta de Souza in verso e (re) verso", que será ministrada de 4 a 6 deste mês, das 8h às 10h, pelo estudante do sétimo período de Letra...

David Mourão-Ferreira: o homem e a obra

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Por Teresa Martins Marques David Mourão-Ferreira. Foto: Nuno Calvet David Mourão-Ferreira nasceu em Lisboa, em 24 de Fevereiro de 1927, tendo falecido nesta mesma cidade, em 16 de Junho de 1996. Personalidade multifacetada, foi poeta, ficcionista, tradutor, dramaturgo, ensaísta, cronista, crítico literário, conferencista, professor. Licenciou-se em Filologia Românica (1951) com a tese «Três Coordenadas na Poesia de Sá de Miranda», pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Integrou os corpos redactoriais das revistas Seara Nova e Graal (1956-1957). Teve a seu cargo a rubrica de crítica de poesia no Diário Popular (1954-1957). A partir deste ano exerceu funções docentes na Faculdade de Letras como assistente, tendo desenvolvido um excepcional trabalho de organização e regência da recém criada cadeira de Teoria da Literatura, onde desenvolve estudos pioneiros em Portugal, sobre o new criticism . Em 1963 o seu contrato foi rescindido, vindo a ser novamente recondu...