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Das máquinas ou as qualidades do papel em nossa vida, Gustavo Luz

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Por Pedro Fernandes O poeta Gustavo Luz reapresentou, sem os reais ritos dos lançamentos,  Das máquinas ou as qualidades do papel em nossa vida . A primeira edição desse livro foi publicada em 1991. Ao reeditá-lo, além de fazer uma vistoria sobre aquilo que foi escrito na época, o poeta convidou-me para uma leitura do datiloscrito a fim de redigir o texto para a quarta capa. O livro vem suprir ainda sua ausência no mercado editorial. Apresentam a obra Massilon Pinheiro Costa e Aécio Cândido. Os poemas de  Das máquinas  estão intercalados por um conjunto de xilogravuras de Erivaldo e agrupados em cinco  blocos distintos, mas já pelos títulos (notará o leitor atento), complementares: "Das máquinas" , "A grafia", "O papel", "A gráfica" e "Desenvoltura complementar".  Seu conteúdo é o dia-a-dia do poeta, herdeiro e também prendado no ofício da arte de impressão, assim encontramos poemas versados ora na matéria de labor da gráfica ora...

Diário pedagógico

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Por Pedro Fernandes Não é foco do blog as questões que dizem respeito à educação. Mas este não é um espaço que se reserva apenas às assuntos da literatura. Isso está claro quando leitor encontra uma série chamada Minhas falas , que reúne artigos de opinião sobre temas diversos, inclusive literatura; ou uma série chamada Intervalo cujo interesse se volta coisas diversas que merecem uma nota, como notícias que incomodam o autor deste espaço. Agora tratarei para o  Letras in verso e [re]verso , mais especificamente na sessão Minhas falas  uma série de textos livres, à maneira de opinião ou de crônica, que enfeixei com o título de Diário Pedagógico . Existe por aqui outro conjunto de textos voltados para as questões da educação e do ensino de Língua Materna. A diferença é que esse material saiu antes, um a um, no caderno Domingo , do jornal De Fato , e estes que agora trago são inéditos, produzidos unicamente para espaço. Diário Pedagógico é o resultado de anotações, observaçõe...

Caderno de poesia Sarau

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Desenhos de Manoel de Barros. Segue até o dia 17 de maio próximo as inscrições para o projeto de um caderno de poesia intitulado  Sarau .  Sarau é o nome dado a uma seção do Trabuco , jornal literário publicado periodicamente pelos alunos do curso de Letras da Faculdade de Letras e Artes (FALA), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Estas páginas do jornal são dedicadas à produção poética dos alunos do curso de Letras. Desde o início do mês, os editores do jornal decidiram usar o nome da seção para servir a um projeto independente de um caderno igualmente interessado na publicação de poemas mas não só de alunos do curso de Letras, como de outros poetas, de outros cursos ou não e de quaisquer lugares do país. Sabedores das dificuldades que ainda têm os poetas – apesar de meios diversos existirem – para a publicação de seus materiais, este projeto se  organiza como uma resposta para este problema. Visa apresentar uma opção ou primeiro passo para aqueles ...

Basílio da Gama

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Basílio da Gama José Basílio da Gama adotou, como é de praxe entre os escritores árcades, o pseudônimo de Termindo Sipílio. Nascido em Tiradentes, em 1741, veio a falecer em terras portuguesas, em 1795. Estudante jesuíta quando o Marquês de Pombal determinou a expulsão da Companhia de Jesus do Brasil, escreveu um epitalâmio em homenagem ao casamento da filha do Marquês, o que lhe garantiu boas graças de ministro, evitando que fosse punido. Depois deste episódio, é sabido que Basílio da Gama passa a adotar uma postura subserviente e antijesuítica, comportamento que fica evidente em O Uraguai , poema épico em que o jesuíta é repudiado e o Marquês de Pombal aparece desempenhando algumas ações heróicas. O Uraguai é sua principal obra. Poema épico escrito em versos brancos, sem estrofação. Mas a divisão segue a de um poema épico, e por isso é tido como tal. A narrativa gira em torno da luta travada entre os índios que viviam as missões dos Sete Povos no Uruguai e um exército luso...

Filmes sobre a Inconfidência

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Por Pedro Fernandes Cena de Os inconfidentes , de Joaquim Pedro de Andrade. Encerrando a Semana sobre a Inconfidência posto uma dica de dois filmes brasileiros acerca do fato histórico. Sem dúvidas, o fato é o mais recorrente na cinematografia nacional, segundo observação da historiadora Miriam de Souza Rossini, docente na Universidade Federal do Rio Grande do Sul na abertura do Cadernos IHU-Idéias edição 71, intitulado  O passado e o presente em Os inconfidentes, de Joaquim Pedro de Andrade . Prova disso, explica Rossini, são os onze filmes sobre o tema, entre longas e curta-metragens (levantamento feito até a altura de publicação do estudo). 1.   Os inconfidentes, de Joaquim Pedro de Andrade (1972) A decisão de Joaquim Pedro de Andrade de filmar uma versão da Inconfidência Mineira teve vários fatores: “as duas experiências na prisão durante a Ditadura Militar (1966 e 1969); os relatos de ex-guerrilheiros torturados que apareciam na tevê renegando seus ideais; a leit...

José Saramago escreve sobre Fernando Pessoa

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1.  Em 1985, organizou-se em Lisboa uma exposição que reuniu múltiplas obras com retratos  de Fernando Pessoa. A Fundação Calouste Gulbenkian foi convidada a refazer três anos mais tarde Um rosto para Fernando Pessoa  em São Paulo. Artistas de estética diversa, de convívio ou não com o poeta português, que fizeram peças como a mais conhecida que se vê ilustrando esta matéria, foram reunidos nesta ocasião.  2.  Foi José Saramago o convidado na época (na primeira edição) para escrever o prefácio para o catálogo da exposição. Este mesmo texto saiu num pequeno livreto-catálogo da exposição no Brasil; é um material que circula agora entre nós através dos sebistas. O texto do catálogo amplia a visão sobre a imagem  - pela interrogação sempre ousada - do escritor Prêmio Nobel. 3.  Mas, o melhor, o escritor que também pintou um retrato do poeta de Mensagem  (leia  O ano da morte de Ricardo Reis  e apreciará o que digo), compartilhou co...