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James Joyce in amostra fotográfica (caderno em PDF) e o Selo Letras in.verso e re.verso

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Entre os dias 05 e 10 de agosto de 2008, este blog manteve uma exposição virtual intitulada  Um retrato de Joyce in amostra fotográfica . O material foi elaborado na passagem do centenário da estreia literária do autor de  Ulisses. Foi em 1907 que James Joyce publicou  Chamber Music , um livro com trinta e seis poemas desenvolvidos à medida de progressão do amor entre o eu-poético e sua amada num tratamento de simulação de estilo à elisabetana com utilização de muitos arcaísmos linguísticos. Ora, esse tratamento referido por Ezra Pound, grande incentivador e primeiro leitor da obra de Joyce, como uma inovação derivada do simbolismo pelo ritmo, seria algo no qual o escritor trabalharia toda uma vida até alcançar sua síntese máxima em trabalhos como o já referido Ulisses ou mesmo Finnegans Wake , considerada sua obra mais radical.  Agora, quando se passam dois anos daquele evento (chamemos assim) acontecido nestas páginas, decidimos, a título de preservação da id...

Sherlock Holmes, de Guy Ritchie

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Por Pedro Fernandes Ele é a personagem mais famosa das mais famosas da literatura britânica; criada pelo médico e escritor Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes é um investigador do final do século XIX e início do século XX que aparece pela primeira vez no romance A Study in Scarlet ( Um estudo em vermelho ) editado e publicado originalmente pela revista Beeton's Christmas Annual , em novembro de 1887.  Pois, tantos anos mais tarde a personagem deixa novamente as páginas dos livros para ganhar cor e forma nas telas. Em 1922, isso já acontecera em filme; depois em 1970, no filme The private life of Sherlock Holmes ; e depois, em 1985, Young Sherlock Holmes . O Sherlock Holmes de 2010, do diretor Guy Ritchie, é leve, sem aquele peso sisudo e macilento ou sem aquele humor bestial e desleixado de outros filmes do gênero. Tudo isso preservando o perfil (até onde pude ler sobre, afinal nunca li a obra de Doyle) da personagem literária: o da dedução para o d...

O estágio em que ainda estamos

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Por Pedro Fernandes Em toda força militar (ou qualquer outro grupo social) há gays. Cena do filme Yossi & Jagger: delicada relação . As duas personagens  que dão título ao filme  são jovens soldados que atuam na fronteira entre Israel e o Líbano e  vivem uma história de amor proibida. Se casos como esses são comuns e naturais, há quem peça punição aos envolvidos. Essa semana, nas idas e vindas   pela internet, topo com uma constatação daquelas que vem sujar a cara pobre do Brasil. O portal de notícias Nominuto motivado pela declaração descabida do general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho fez aos internautas o seguinte questionamento: Você concorda com a presença de gays nas Forças Armadas?  O Raymundão, indicado para uma vaga no Superior Tribunal Militar durante sabatina, na Comissão de Constituição e Justiça afirmara que a homossexualidade era um "desvio de comportamento" e que os gays deveriam "procurar outro ramo de atividade".  Os ...

O princípio da desconfiança

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Por Pedro Fernandes Se queres prolongar o amor não permitas que a desconfiança te domine em relação à pessoa amada. Ovídio Esta post de hoje não teria vez neste espaço se o mantenedor dele não tivesse passando em sua vida pessoal por uma situação se não complicada, mas no minimo desconfortável. Não devo relatá-la porque isso, creio, é de meu interesse próprio e não deve ser ou vir-a-ser matéria de conversas alheias e creio que ao longo do texto claro ficará do que se trate a referida situação. Quero refletir acerca desse princípio que tem tomado dos pés à cabeça muita gente quando se trata da construção de uma nova cadeia de relacionamento amoroso. Todo mundo já deve, em algum momento da vida, ter se envolvido o suficiente com uma pessoa a ponto de esquecer-se de si para dar lugar ao outro. Isso não é doença. É um sentimento a que se denominou paixão e que tem data de fabricação e validade por tempo determinado. Também creio que essa mesma pessoa ...

Amor sem escalas, de Jason Reitman

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Por Pedro Fernandes Recente fui ao cinema ver esse que tem sido o trabalho de Jason Reitman mais comentado desde Juno . Baseado no livro de Walter Kirn, a trama é simples e diríamos envolver apenas três personagens, com destaque para a figura interpretada por Clooney, Ryan Bingham, um sujeito com uma profissão no mínimo peculiar; Ryan é pago para viajar pelos Estados Unidos fazendo aquilo que sempre fez Donald Trump no seu programa The Apprentice, feito no Brasil pelo publicitário Roberto Justus: despedindo funcionários de empresas em crise (a única diferença dos dois Reality shows - empresas em crise). De cara o filme se faz mais que atual ao por em tela - ainda mais quando a trama é interceptada por histórias reais de pessoas que foram sendo despedidas - as dimensões da crise econômica que tem abatido o mercado estadunidense e o resto do mundo. Ryan faz parte daquele grupo que se diz desapegado de tudo e de todos; passa a maior parte do tempo ...

O iPad

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Por Pedro Fernandes 1.  Uma nova onda tem balançado e muito as opiniões de quem tem uma relação mais íntima com a escrita e a leitura - principalmente essa última. O motivo para tanto veio da Apple que lançou no último dia 27 de janeiro de 2010 uma espécie de iPhone gigante, gentilmente batizado de iPad. A relação com a leitura será uma das abaladas com a invenção, dizem os inventores, porque dentre todas as praticidades que estão atreladas ao aparelho uma delas é a que visa ser um leitor de livros eletrônicos. 2.  Parte dessa balbúrdia, entretanto, deve ser controlada. Não vivi o tempo do surgimento da máquina de escrever e quando do surgimento dos computadores e dos notebooks ainda tinha minha cabeça enfiada noutro mundo - mas creio que, essas tecnologias tenham também elas causado algum mal entendido entre os tais sujeitos da escrita e da leitura na época. Mas, se dizem que nos acostumamos a tudo - a ambas tecnologias nos adaptamos e com ela só tivemos a enr...