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As dificuldades de editor

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Por Pedro Fernandes É sim a nova id de Um caderno para Saramago . Isso daria um artigo - quem sabe dessas notas não saia um; também daria um muro de lamentações. Mas, não vou escrever nem uma coisa e nem outra nesta curta postagem. Vou apenas dizer do trabalho que é compor espaços virtuais. Como alguns já sabem, organizo, desde junho de 2010 um espaço onde reúno meus materiais de pesquisa sobre a obra de José Saramago e outra leva de informações e notas que coleto na web  de língua portuguesa. Desde que foi colocado online, em setembro, o espaço passa por ajustes. Dia desses escrevi aqui sobre as novidades postadas no espaço e as reformulações feitas aí longo desses poucos meses de web . Pois bem, esta post já ficou obsoleta, porque andei, a partir das mudanças de imagens no corpo do espaço, fazendo, pela milésima vez, alterações na sua identidade visual. Isso tudo são manias de perfeição e sobretudo encantamento com a possibilidade de manipulação dos espaços virtuais...

Entrevista com Ariano Suassuna

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Ariano Suassuna. Foto: Júnior Santos. Fonte: Tribuna do Norte O caderno Viver do jornal Tribuna do Norte aproveitou a estadia do escritor Ariano Suassuna no Rio Grande do Norte - o escritor veio para ministrar uma palestra na Semana Pedagógica em Canguaretama - e fez-lhe uma entrevista. À repórter Maria Betânia Monteiro, Ariano falou da infância, da paixão pelos livros, da internet como ferramenta de leitura e da cultura de massa. Parece que vejo o tom do escritor ao contar o fato que se segue: Não admito a massificação. Ela nivela pelo meio, o que é a pior coisa que pode acontecer. Pegam por exemplo, uma figura como Michael Jackson ou Madonna e apresentam como modelo de arte, ao mundo. Dei uma aula em Recife e estava presente um professor francês, ao final ele veio me dizer: “gostei muito de sua aula, mas tem uma coisa que eu discordo. O senhor falou de Michael Jackson e eu acho ele um grande bailarino”. Eu disse: “olhe, grande bailarino é Nureyev, aquilo ali é um débi...

Fernando Bonassi

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Olhei-a. Ela puxou minha mão para o meio de suas pernas, erguendo seu vestido, me pondo num lugar aconchegante, quente, úmido, macio, o melhor lugar dentre todos, o primeiro lugar. Dedilhei-a. Ela gemeu. Eu quis sair. Ela retesou as pernas ... Sem soltar minha mão daquele lugar, ela girou e desceu tirando minhas roupas. Engoliu meu pau com força e dignidade, num serviço vigoroso. Antes de explodir na boca dela, tirei-o dali. Sem deixar que arrancasse o vestido, imobilizei seu quadril na beira da almofada e bebi o que pude. Fernando Bonassi, em  Crimes conjugais É nesse tom colhido das histórias de um cotidiano completamente invadido pela violência e pelo erotismo que Fernando Bonassi constrói a maioria de suas narrativas. Não é que o escritor tenha como foco de sua produção literária apenas esses dois veios temáticos; esses dois são apenas os mais preponderantes. Integrante de um movimento literário a que crítica brasileira vem chamando de realismo suburbano...

O que chamo hotblog

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Por Pedro Fernandes Pintura: David Van Der Linden A partir do Letras in.verso e re.verso , eu criei outros dois projetos que seguem firmes na web : um periódico para publicação de poesia que batizei com o sugestivo título em homenagem ao poeta de minha estima Carlos Drummond de Andrade, o Caderno-revista 7faces ; e um espaço para guardar meus materiais de pesquisa (e de outros pesquisadores, assim desejem) sobre a obra de outro escritor, agora mais um romancista embora tenha produzido poesia, José Saramago. O nascimento desses projetos gerou uma série de notas publicadas neste blog sobre sua construção, andamento e outros assuntos relacionados de maneira enviesada  ao tema principal do Letras . Por isso, criei duas seções que chamo de hotblog  - elas deverão existir sempre ou até eu enxergue a necessidade de construir outros rumos para este blog e estes projetos. Trabalho com a possibilidade, por exemplo, de que estas seções sejam desmembradas em outros blogs, o que seria m...

Um caderno para Saramago

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Por Pedro Fernandes página de abertura para Um caderno para Saramago O meu arquivo online de pesquisas sobre o escritor português José Saramago tem uma leva de novidades. Com um design definitivo, assim eu espero, que trabalha os tons mais sérios, aos poucos esse trabalho vai sendo posto de pé. Recentemente todas as sessões passaram por atualizações e ajustes necessários. A descrição e os objetivos do espaço que pode ser lido no menu Sobre o espaço  foram refeitos e creio ter encontrado o caminho ideal da proposta: a de ser um espaço para postagem de meus materiais de pesquisa que coletei ao longo dos seis anos de pesquisa na obra do escritor e, logo, outros materiais que eu vá encontrando na rede. Todo o material fotográfico, a título de acompanhar as reformulações do design também tem sido refeito. No menu Obras foram acrescentados novos livros do escritor, como o caso da edição de crônicas Moby Dick em Lisboa e As palavras de Saramago...

As cidades invisíveis

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Por Pedro Fernandes “Sem pedras o arco não existe” Ítalo Calvino, As cidades invisíveis Escritores como Jorge Luis Borges e Italo Calvino elegeram como “ideal” o romance complexo, labiríntico, capaz de enredar-se por vias múltiplas, capaz de dar conta da diversidade de sujeitos, suas vozes e posições. Um romance como uma extensa rede aberta e infinita, capaz de abarcar na sua estrutura uma diversidade de saberes e códigos. O que ambos escritores perceberam é que todos somos sujeitos situados numa extensa rede e o romance, enquanto “materialização” do real sensível, haveria de se comportar, nesse meio, como um inventário enciclopédico. Isto é, haveria o romance de abarcar em suas fronteiras a complexidade dessa extensa rede que estamos inseridos; o romance como um suporte para a atuação de diversos universos. Essa idéia de um hiper-romance, bem como a idéia de rede parece ser incorporada por Calvino, só para citar um exemplo, em “As cidades invisíveis”. A obra é ...