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Do dia da poesia e do Programa Pedagogia da Gestão: encontros

Por Pedro Fernandes 1.  Ontem estive em Mossoró para a gravação de um programa na TV a Cabo Mossoró (TCM), o Pedagogia da Gestão , que é comandado pelos âncoras João Maria e Clauder Arcanjo. O programa especial assinala o início das comemorações de sete anos desde sua criação como uma intervenção de rádio e que agora, além de ser veiculado para televisão, ainda preserva uma coluna homônima no jornal Correio da tarde . Além da data, marca-se o Dia Nacional da Poesia e o Dia Internacional da Mulher.   2.  Devo dizer da satisfação em ter aceitado o convite de João Maria para participar do programa, que, como verão, foi uma grande celebração em torno da poesia.  3.  Estavam presentes o jornalista, escritor e poeta Mário Gerson, o poeta e professor Leontino Filho, a jornalista e poeta Aline Linhares, de quem recebi seu mais recente livro Estrada de néon , o poeta Antônio Francisco, e outras figuras que, por serem muitas e este ser um registro d...

Dez livros que ganharam (ou quase) o Oscar

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Por Daniel Morales Alguns amantes do cinema conservam a paixão pela sétima arte além da sala do cinema; dos filmes cujo roteiro nasce das páginas de um livro, também preferem, alguns antes da peça cinematográfica, a obra que lhe deu origem. Pois bem, esta é uma lista pensada para o leitor cinéfilo ou o cinéfilo leitor. E como são muitas as adaptações literárias, utilizamos um critério para pensar os títulos aqui incluídos: as que foram nomeadas ou tiveram uma ligação com as premiações do Oscar. Por mais que se critique o efeito comercial de Hollywood, é preciso sublinhar que alguns livros talvez tivessem caído no esquecimento se não fosse a relevância alcançada pelo filme entre os premiados ou premiáveis. Um exemplo? Todos sabem que Perdidos na noite é um filme que ganhou  o prêmio de Melhor Filme, mas poucos sabem que o roteiro é produto do livro de James Leo Herlihy. Bom, aí está a lista. São de filmes baseados em obras literárias que ganharam ou estiverem nomeados ao Osc...

Marguerite Duras

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Marguerite Duras nasceu em Gia Dinh, na Indochina (atualmente Vietnã), em 1914, onde passou a infância e a adolescência. A estadia na então colônia francesa será um marco na vida da obra literária de Duras. É ainda na adolescência que ela tem um caso com um homem chinês rico, personagem que retornaria mais tarde nos seus livros O amante e O Amante da China do Norte.  Foi para a França aos 17 anos. Lá cursou Direito e Ciência Política no Sorbonne, formando-se em 1935. No correr da Segunda Guerra Mundial, Duras tomou parte na Resistência Francesa, filiando-se também no Partido Comunista. Duras foi sempre polemista - no bom sentido do termo. Não gostava de balbúrdia, necessitava do silêncio seu para está bem consigo. Não gostava de conviver com aqueles que lhe dessem um retorno substancial à sua existência. Certa vez, quando convidada para um ciclo de palestras numa universidade chegou mesmo a declarar: “chateia-me conviver com jovens durante três...

Karen Blixen

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O sobrenome Blixen incorporou do seu marido, o barão sueco Bror von Blixen-Finecke, quando se casou com ele em 1914. Este ano marca a vida de Karen Dinesen - seu nome antes do casamento - porque é daí que ela parte com o barão, ainda um primo seu afastado, para ir morar no Quênia, África, onde cuidavam de uma fazenda de café. Antes, Karen já perdera o seu pai, que, vítima de sífilis, cometeu suicídio, quando ela ainda tinha dois anos. Ingeborg Westenholz, sua mãe, ficou sozinha, com cinco filhos por criar. Fez sua formação escolar em boas escolas suíças, graças a extensa ajuda que sua mãe obteve dos familiares. A família era, para todos os efeitos, abastada. A vida em África foi-lhe importante porque é do cenário em que viveu que Karen extrai matéria para a sua mais famosa obra, traduzida no Brasil como A fazenda africana e publicado em 1937 - livro autobiográfico, mas com caráter bem mais "etnográfico" do que melodramático: o livro tem como pont...

Gertrude Stein em Paris

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Por Luiz Edmundo Alves G. Stein posa ao lado do quadro Retrato de Gertrudes Stein , de Pablo Picasso. Boa parte da história da arte moderna, especialmente pintura e literatura, passa pela Paris do início do século. O ano base seria 1903, quando a escritora americana Gertrude Stein chega a Paris. Miss Stein se achava genial, como geniais eram alguns dos amigos que faria: Pablo Picasso, Matisse, Braque, Derain, Juan Gris, Apollinaire, Francis Picábia, Ezra Pound e Joyce, isso apenas pra citar alguns. Mas Miss Stein era realmente genial e escreveu Autobiografia de Alice B. Toklas , livro fundamental da vanguarda dos anos 10, 20 e 30. Com estilo muito próprio, a narrativa conta como jovens artistas e escritores vindos das mais diversas partes do mundo se encontram em Paris e detonam novos caminhos para a arte. Picasso vinha da Catalunha, Joyce da Irlanda, ela própria vinha da América, Nijinski era russo, havia vários franceses, como Cocteau, Apollinaire, Matisse. É bom lembrar q...

Flannery O’Connor

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Flannery O’Connor foi “apenas uma contadora de histórias”, segundo suas próprias palavras. Mas, nem sempre devemos nos fiar nas declarações dos escritores; e é esse um caso. Ela não era apenas uma contadora de histórias. Em sua prosa, buscou resgatar aos olhos de seus leitores, o estranhamento com que a Graça, o Mal e o Pecado Original, atuam neste vale de lágrimas.  Esse estranhamento ocorre em nossas vidas quando o grotesco, a violência ou nossa incapacidade de reconhecermos que há uma inexpugnável diferença entre o que crermos ser o certo, e o que é certo perante os olhos de Deus. E a literatura de O’Connor explorou isso com certa maestria, o suficiente, para situá-la entre o melhor do século XX. O chamamento à lucidez por meio da expressão idiossincrática das hipocrisias, muitas vezes manifesto com a fúria a violência, é dado por meio de uma literatura capaz de nos revelar o grotesco que nos cerca, e assim, aceitarmos melhor nossa parcela nessa realidade criada par...