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Mais novidades no blog Um caderno para Saramago

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Por Pedro Fernandes 1.  Um vida mergulhada na obra de José Saramago. Assim tem sido, cada vez mais, os meus dias, nas leituras e releituras de textos seus, nas descobertas de novas coisas, na revisão acurada do texto da dissertação de mestrado, na processo editorial do número especial do Caderno-revista 7faces  em homenagem à obra poética do Prêmio Nobel de Literatura e, claro, na composição das peças desse projeto que batizei de Um caderno para Saramago . 2. E há mais atualizações: o texto “As máscaras que se olham”, de autoria do escritor português, que foi publicado no Jornal de Letras , edição de novembro de 1985, e que versa sobre o poeta Fernando Pessoa, um dos escritores de sua paixão; está aí O ano da morte de Ricardo Reis , romance que recria a imagem de um heterônimos do poeta e do próprio Pessoa, para não me fazer mentir com suposições.  3. E com a proliferação de frases soltas do escritor nas redes sociais, irei organizar uma coluna  ...

Eu sou o número quatro, de D. J. Caruso

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Por Pedro Fernandes Voltar ao baú de coisas é coisa que faz todo arte. Aliás, é desse constante voltar que se constrói as grandes novidades e a arte se recicla. Agora, Hollywood volta para as histórias de alienígenas e quer, depois do clássico de Spielberg reinventar o rol delas - não deixando de fora, é claro, a parafernália tecnológica que o cinema foi incorporando desde a época em que E. T . foi lançado. Quem se dispõe a façanha é o diretor D. J. Caruso, com o seu Eu sou número quatro , tradução ao pé da letra para o título em inglês e que o Brasil adotou para o filme. Aliado ao tema dos  alien Caruso trouxe ainda - nascendo das cinzas - o nascer do herói, dos  super poderes desse herói e da relação conturbada entre o herói e esse dom . E lógico - como estamos numa daquelas historinhas para nanar adolescentes - não pode faltar uma pitada de romance, coletada do sucesso teen  das histórias românticas de vampiros. Pareceu complicado toda es...

A garota da capa vermelha, de Catherine Hardwicke

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Por Pedro Fernandes Não é a primeira vez que o cinema volta-se para os clássicos da literatura infanto-juvenil e busca uma releitura, também não será a última com este A garota da capa vermelha . O fato é que essas produções são agenciadas por um péssimo mal gosto cinematográfico cujo interesse está reduzido - assim como parece ir dando provas cada vez mais o cinema - a espetacularização da imagem. O filme de Hardwicke, cujo propósito está no de uma releitura do clássico d 'A chapeuzinho vermelho é exemplo disso. Tudo nesse filme caminha para o trash - desde a composição do cenário onde corre as cenas, o vilarejo de Daggerhorn - até atuação e arrumação dos figurinos. Num interesse de recuperar o ar dos ambientes encantados das histórias de fada, A garota da capa vermelha exagera na maquete e nas cenas de estúdio o que deixa o filme pesado e claustrofóbico. Evidente que esse é o estado a que se ver reduzido o vilarejo - já que é o lugar um cenário de pessoas ressabid...

A Preá sai da toca, mais uma vez

              A poesia potiguar e seus personagens são os nortes para onde aponta a bússola da nova edição da revista cultural Preá , que volta a circular no Rio Grande do Norte após entressafra editorial da Fundação José Augusto. Com nova linha editorial, onde um tema é eleito para ser abordado sob vários prismas, a edição número 23 da Preá ‘sai da toca’ nesta terça-feira, às 19h, na Pinacoteca do Estado, centro de Natal. Durante o lançamento da revista, também haverá abertura da exposição fotográfica “Em cada esquina um poeta”, de Giovanni Sérgio e Giovanna Hackradt, e divulgação do edital para o Salão Nordeste de Arte Popular “Chico Santeiro”. Este é o primeiro número assinado pelo jornalista Mário Ivo Cavalcanti, que aponta algumas mudanças “radicais” para esta nova fase: “Os projetos gráfico e editorial são as principais mudanças. Além de um visual mais moderno, teremos edições temáticas. Neste primeiro momento, por questõe...

Quando todos querem saber do biografado

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Por Pedro Fernandes É verdade que há determinadas personagens da história que têm motivo de sobra aos que as biografam e aos que se interessam por saber de suas vidas. Diria que Hitler é o exemplo clássico. Também Jesus. Elvis Presley. E o que têm elas em comum? O pensamento e o  modus vivendi polêmicos talvez seja uma amálgama que faça com que os sentidos dos leitores estejam aguçados em saber cada vez mais detalhes e particularidades dessas personagens.  Já outras figuras nem tanto. Terão levado uma vida simples demais, dirão, para encontrar alguma coisa que valha no extenso jogo de interesses dos leitores. Uma personagem desse rol dos nem tanto mas que tem rendido bons trocados ao seu pesquisador-biógrafo tem sido Clarice Lispector. Não que ela tenha sido personagem desinteressante ; mas, certamente, o leitor saberá que a escritora não está no rol das personagens com uma vida marcada pelo inusitado: que veio para o Brasil ainda novinha no colo dos pais fugindo da...

Miacontear - Na tal noite

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Por Pedro Fernandes A bem da verdade, vale dizer que simpatizei e muito com Mariazinha, a protagonista de “Na tal noite”. Fazendo uma brincadeira de palavras com o substantivo “Natal” aqui partido em duas sílabas, “Na-tal”, para estabelecer um fio de duas pontas de sentido. “Natal,” a data de 25 de dezembro, a noite em que Mariazinha recebe, anualmente, a visita de seu “episódico” esposo, Sidônio Vidas, e a noite de uma dessas visitas, “na tal” noite ou na noite tal.  Esse Sidônio traz uma alcunha que o singulariza na narrativa; é ele dono de outras vidas, fora essa construída episodicamente com Mariazinha. Trabalha noutro país (supostamente) e lá também mantém família própria, certamente não-episódica como a de Mariazinha. Nas visitas anuais, tal esposo faz as vezes de Papai Noel. Enche os filhos de presentes. Mostra também por sobre a pobreza dessa família episódica a riqueza em que vive - seja na troca (anual) de carro, d...