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Fecha-se um diário

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Por Pedro Fernandes Pintura de José Santa-Bárbara para Memorial do convento A coluna chamou-se Diário de bordo . O propósito dela não sei se chegou a ser atingido. Descobri com ela que sou - não pouco, mas muito - displicente com essa história de escrever sob encomenda e sobretudo sob obrigação. Posso mesmo afirmar com todas as letras que não sirvo para isso e que sou totalmente irresponsável. Talvez se algum dia vier a ter alguma coluna num jornal eu aprenda a lidar com isso. Mas, desde já, que fique claro: sofrerei um tanto. O nome diário acabou sendo aqui totalmente violado porque não foi uma escrita diária (e eu bem que alertei já no primeiro post da série) o que se fez durante o período em que estava escrevendo minha dissertação de mestrado. O resultado, entretanto, está pronto e, dentro em breve, espero que ele renda ainda mais. Defendido no último dia 16 de março, o texto, ora intitulado Retratos para a construção da identidade feminina na prosa de...

Sophia de Mello Breyner Andresen: quando começou a escrever e o que escreveu

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Sophia na casa da Travessa das Mónicas, 1964. Fotografia de Eduardo Gageiro. Fonte: Site Sophia de Mello Breyner Andresen da Bilioteca Nacional de Portugal. "Comecei a escrever numa noite de Primavera, uma incrível noite de vento leste e Junho. Nela o fervor do universo transbordava e eu não podia reter, cercar, conter – nem podia desfazer-me em noite, fundir-me na noite. (...)" Este excerto é considerado o primeiro poema escrito da portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen. Foi encontrado no seu espólio quando entregue para a Biblioteca Nacional de Portugal. A poeta é um dos mais importantes nomes femininos para a literatura portuguesa contemporânea. De descendência dinamarquesa pelo lado paterno, Sophia nasceu na cidade do Porto, em 1919. E daí, parte para viver em Lisboa onde passa toda sua infância e adolescência. Na capital portuguesa veio cursar Filologia Clássica, curso que não chegou a findar; foi em Lisboa que também fixou residência depois do c...

Novas atualizações n'Um caderno para Saramago

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Edição especial do  caderno-revista 7faces  dedicado à poesia de José Saramago Novas atualizações para Um caderno para Saramago .  No menu Sobre a Obra , Revistas , foi acrescentado atalho para a edição especial do caderno-revista 7faces . O número organizado pelo professor Pedro Fernandes foi lançado no mês de julho de 2011 e vem com ensaios de estudiosos do Brasil, da Argentina e de Portugal, todos em torno da obra poética de José Saramago. Na página de Citações que o leitor chega por através do menu Dispersos , foram acrescentados novos fragmentos de falas de José Saramago. No menu Galeria , Vídeos , o leitor encontrará um vídeo lançado esta semana no YouTube de uma edição do programa Sempre Um Papo feita com o escritor português em maio de 1999. Pela época, Saramago estava numa das muitas viagens que fez ao Brasil. Desta feita, para o lançamento da edição brasileira dos Cadernos de Lanzarote . Além, é claro, do menu Notícias , que está atualizad...

Prêmio de Ensaio José Saramago para estudantes

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A direção de Literatura da Universidade Nacional Autônoma do México convoca estudantes universitários a participar do Prêmio de ensaio José Saramago com um texto inédito, não acadêmico, sobre a obra do autor português, que poderá ser enviado até o dia 7 de novembro de 2011.  O prêmio é dirigido a estudantes de licenciatura e pós-graduação de qualquer instituição daquele país e do exterior. O resultado tem previsão para 28 de fevereiro de 2012 e o vencedor receberá a quantia de 10 mil pesos e terá a sua obra publicada na revista Punto de partida .  Segundo as regras do certame publicadas pela coordenação do prêmio, os textos deverão estar escritos em espanhol com extensão entre 5 e 15 laudas e deverão ser entregues no próprio sistema hospedado na página de divulgação da ideia.  Além do ensaio os candidatos, deverão entregar um documento comprovando sua condição de estudante, como histórico acadêmico ou declaração da universidade com a qual mantém víncul...

Planeta dos macacos: a origem, de Rupert Wyatt

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Por Pedro Fernandes Retirando o exagero comercial (diria) do diretor ao afirmar que se a natureza houvesse dado oportunidades o macaco venceria o homem, Planeta dos macacos – a origem pode ser lido como uma surpresa cinematográfica de 2011. Minha nota de leitura acerca do filme não buscará fazer paralelos com as primeiras produções da saga, sabe-se que esta agora é um remake , o xodó dos cineastas vazios de ideias, mas buscará ler o filme pelo o que ele é atualmente. É lógico que, quando digo “surpresa cinematográfica” estou levando em questão a opinião de quem assistiu as edições passadas e tinha o medo de que todo o aparato tecnológico artificializasse o filme a ponto de não se reconhecer nas feições do filme atual o que veio antes dele. Fato. Mas, para esses que temiam um desastre ou um distanciamento, digo que devam se contentar com a última impressão. Uma obra relida nunca é a obra original. É sim uma outra obra. Uma das coisas que se salvam no filme é seu ...

Miacontear - A carta de Ronaldinho

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“Uns aprendem a andar. Outros aprendem a cair. Conforme o chão de um é feito para o futuro e o de outro é rabiscado para sobrevivência.” “O pulo é o desajeito humano de ensaiar o voo.” “A carta de Ronaldinho” é mais um conto de O fio das missangas que reitera o tom anedótico. Estamos outra vez diante de um típico personagem. Filipão Timóteo. Assim nomeado pelo mesmo distintivo próprio do antigo técnico da Seleção Brasileira. Como técnico, Filipão Timóteo também se põe a elaborar estratégias de jogo num papel velho, depois de sua cerveja, para traduzi-las na falsa tela do televisor disposta à sua frente. Falsa porque o que se vê não passa de um desenho “rabiscado a carvão”. “Filipão desenhara o televisor com detalhe de engenheiro. E ali estavam compostos com perfeição os botões, a antena, os fios.” Pela tela imaginária este homem vive as grandes emoções do futebol, coordena os jogos e comemora os gols com a mesma veemência de alguém que estivesse de frente a um televisor de ve...