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Jorge, amado Jorge

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Comissão de frente da Imperatriz Leopoldinense. Foto: G1.com Este foi o título dado ao enredo da escola de samba carioca Imperatriz Leopoldinense que viu no centenário de Jorge Amado, celebrado neste ano de 2012, e no colorido da obra do escritor baiano, a inspiração para montar um desfile.  Vendo um retrospecto dos desfiles e algumas imagens, me parece ter sido um das mais luxuosas das escolas postas no domingo na avenida do samba, muito embora tenha havido alguns problemas na evolução. Chamava atenção desde a comissão de frente inspirado num dos romances mais conhecidos do escritor baiano, Capitães da areia , composta por trapezistas coreografando formas de carrossel humano. Na obra de 1937, um grupo de meninos de rua sobrevive às custas de pequenos furtos na Salvador em constante evolução e o carrossel aí representa um instante de iluminação poética para a mudança de vida dos meninos, algo que a narrativa de Jorge Amado acompanha. Resta lembrar que este romance já me...

Van Gogh interativo

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Starry Night , de Vicent Van Gogh. O quadro hoje se encontra no Museu de Arte Moderna de Nova Yorque Entre 1889 e 1890, Van Gogh esteve internado num asilo em Saint Rémy Provance. Durante esse período dedicou-se a pintar todas as paisagens da região. O período é rico na sua carreira porque agora está desvinculado do impressionismo e se desenvolve um estilo muito próprio. Foi então que concebeu A noite estrelada , obra pintada de memória e não através de uma visualização da paisagem a ser retratada.   Agora, o artista grego Petros Vrellis criou uma visualização interativa através de um sintetizador que dá "vida" ao famoso quadro de Van Gogh . A simulação é simples, porém elegante, composta de fluidos que se formam suavemente quando o espectador to ca na tela. Se o sentido de movimento antes era deduzido pela forma de disposição das cores, agora o mover-se faz-se real pela capacidade de deformação da imagem que pode ser alterada na movimentação do flux...

James Joyce para crianças (sem traumas)

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Uma das versões para a capa de The cats of Copenhagen , o inédito de James Joyce editado na Irlanda pela ITHYS PRESS Se James Joyce é complexo para os adultos (convenção questionável), resta lê-lo na "versão infantil" para saber se essa característica se revigora ou muda. Vou confessar que sou admirador do escritor por causa desse mito da leitura complexa - devo ter algum tipo de masoquismo por leituras do tipo - mas desconheço sua obra, tanto a "adulta" quanto a "infantil". A ITHYS PRESS, uma pequena editora da Irlanda anunciou, recentemente, a primeira aparição de uma versão impressa de um conto do autor de Ulisses. The cats of Copenhagen (Os gatos de Copenhague - tradução literal) é o nome da obra em questão. A edição que agora sai publicada é uma tiragem rara e especial de somente 200 exemplares. A modo de O gato e o diabo  (já editado no Brasil pela Cosac Naify), outro exemplo e parece que único apenas conhecido do Joyce "infan...

90 anos de uma jovem rebelde

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Por Pedro Fernandes Por sequência: Capas do Programa e catálogo, por Di Cavalcanti; Capa do livro Paulicea desvairada , de Mario de Andrade, atribuída a Guilherme de Almeida; Capa da 1ª edição da revista Klaxon.  Fonte: Tumblr da Cosac Naify Ainda no ensino básico, nas afortunadas escolas que contam com lampejos de ensino de Literatura, há um período literário brasileiro que se demonstra como um divisor de águas no gosto dos adolescentes: o Modernismo. Digo divisor, porque existirão os que gostam da irreverência do movimento e o tratamento dado agora ao literário e os que terão mais um motivo para caracterizar a literatura como coisa-de-quem-não-tem-o-que-fazer ou coisa-chata.  O movimento - e aqui posso fechar o sentido do termo, porque a atitude dos que se envolveram direta ou indiretamente foi o de uma mobilização em torno de ressignificação de vários campos da arte - sempre é apresentado tendo a Semana de Arte Moderna como abre-alas definitivo para os rumos da ...

Há literatura nas canções de amor

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Por Pedro Fernandes E como há. O mote para essas notas são na verdade dois: um, celebra-se hoje a data internacional conhecida por Dia de São Valentim; outro, é que o tema vira assunto nas páginas do blog Papeles perdidos. Num texto intitulado "Literatura en las canciones de amor inolvidables", Winston Sabogal, parte do entendimento comum de que há letras de canções de amor que nos agradam por razões diversas, seja por nos revelar (antecipar) algum segredo no rumo desse trilha da vida, seja pelo tom profético assumido por umas, seja ainda por outras ter a capacidade de reproduzir ou iluminar nossas experiências amorosas. Algumas entram em nossas vidas muitas antes de descobrirmos, experimentarmos e compreendermos o que lá se diz e outras parecem ter sido inspiradas pela nossa própria história, concorda o autor. O fato é que nos diversos casos essas músicas parecem ter sido escritas para nós, porque muito de nós aí se diz. Não importa se os críticos vão considerá-las c...

Alguns recursos para celebrar o bicentenário de Charles Dickens

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A sede de leitura não é suficiente para se aproximar de determinados escritores ou das escritas suas. Suficiente é o tempo. Esse, que já noutra ocasião andei a falar mal dele. Mas, mesmo falando mal é insuficiente porque ele não nos dá trégua. Como por aqui não é um espaço apenas para aquilo que leio, mas também para aquilo que anseio ler, está aí notas sobre um escritor inglês que fecha este ano seu bicentenário de nascimento: Charles Dickens. ** Autor de clássicos como Oliver Twist (ido já por várias vezes para as telas do cinema) e David Copperfield , Dickens figura, nas palavras do príncipe Charles, por ocasião dos cerimoniais de comemoração ao bicentenário do escritor, como o que há de melhor na literatura de Inglaterra. Não será exagero a afirmação de Charles. O autor - para além da fama Best-Seller de seus romances e contos ainda durante o tempo em que viveu até os dias de hoje - é responsável por uma nova de fazer literatura na ficção inglesa, uma vez que, é ...