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Espelho, espelho meu, de Tarsem Singh

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Por Pedro Fernandes O que seria de Espelho, espelho meu sem a rainha má de Julia Roberts? Talvez esse filme sirva como exemplar para uma coisa: espantar tédios. E só. E se só, já terá servido e muito. A ideia é benquista: voltar a um clássico popular coligido pelos Irmãos Grimm. A história todos já conhecem, inclusive a fala de efeito da rainha má - Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu? Mas, como todo grande conto de fadas dispõe de uma maleabilidade textual tão forte só justificável pelo fato de ter sua base na oralidade, Tarsem Singh capricha em algumas subversões e reinaugura o texto de 1812*. Essa reinauguração, sim, me é benquista. Agora, a história contada pelo ponto de vista da rainha má, brilhantemente interpretada por Julia Roberts (aliás, o que seria do filme sem a presença dela?), merecia ao menos um desfecho outro e não a bizarrice anticerebral aí apresentada. Mas, fiquemos por aqui e voltemos mais tarde para falar melhor disso. Evidentemen...

Um caderno para Saramago - atualizações

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Capa da edição de Lucerna , revista criada pela Fundação José Saramago. Em 2003, o escritor português numa de suas várias viagens ao Brasil, esteve na sede da TV Cultura para a gravação de uma participação no programa Roda Viva. Recentemente a emissora disponibilizou no seu canal no YouTube a versão integral dessa entrevista, que é o destaque das atualizações feitas no espaço-projeto Um caderno para Saramago. A entrevista pode ser vista acessando no menu Outros textos > Vídeos . Ainda no YouTube o projeto tem catalogado outros momentos em vídeos do escritor, tais como os vários depoimentos dados para documentários. Em breve, esses vídeos também integrarão aí os bancos de dados.  Novidades ainda no menu Notícias com destaque para o lançamento na próxima segunda-feira, Dia Mundial do Livro, da revista eletrônica da Fundação José Saramago, Lucerna.

A cidade textual e Fernando Pessoa

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Foto: Miguel Manso. "No prédio em que nasceu, com natural direito a placa comemorativa, vê-se a entrada para uma sociedade de advogados e o rés-do-chão é agora corrido a montras  deluxe  (Marc by Jacobs, por sinal). [...] Aqui, o poeta de bronze, obra do belga Jean-Michel Folon colocada no largo em 2008, está em pé no seu rasteiro pedestal mas não tem cabeça; ou melhor, a cabeça é um grande livro que tem escrito "Pessoa" na capa. Marina chama-lhe a estátua Facebook ."  (Trecho de "A aldeia de Pessoa era o coração de Lisboa", de Luís J. Santos, caderno Fugas Viagens , jornal Público ) Não foi Fernando Pessoa  o primeiro escritor a compor uma urbe de tinta e papel que vai se firmando ao mesmo tempo como espaço existente e ficcional. Tão longe onde eu possa alcançar no universo literário, a cidade é marca narrativa já desde a Odisseia , de Homero; no escritor grego, inclusive, é a cidade elemento determinante na identidade dos sujeitos. Lisboa, en...

Escrever: inspiração ou talento?

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Mãos do escritor Jean Echenoz, 1987. Foto: Hannah Assouline. Lendo um artigo publicado no jornal espanhol El País no qual um grupo de escritores, entre eles Juan Gelman, refletem sobre a tarefa do escritor e oferecem algumas recomendações aos autores iniciantes e relembrando uma listinha de 10 conselhos de Carlos Drummond de Andrade editada pelo escritor Michel Laub a partir da crônica "A um jovem", me fiz a pergunta que colore esse post: Escrever é inspiração ou talento? Acho que os conselhos dados pelos escritores já são provas mais que suficientes de que nem uma coisa nem outra existem se não for o sujeito extremamente cuidadoso com a profissão. E escrever é uma profissão? Bom, isso é debate para outro post, mas adianto, se não se encara como profissão, logo logo você deve correr para construir essa imagem. O excesso de modéstia, negando-se escritor, só deve durar e servir de encanto ao público quando já todos enxergarem-no como tal. E não deve durar...

Arquivos na web para se deliciar

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Por Pedro Fernandes  Tenho para mim que, para quem lê alguma coisa em Inglês ficará maravilhado com essa descoberta: a conceituada The Paris Review organizou um espaço em sua página eletrônica com entrevistas a escritores realizadas desde a década de 1950 a 2010 .  Por lá, encontram-se autores como T. S. Eliot, William Faulkner, Truman Capote, Ernest Hemingway, Jorge Luis Borges, Jean Cocteau, Saul Bellow, Jack Kerouac, Aldous Huxley, Ezra Pound, Vladimir Nabokov, Robert Fitzgerald, Elizabeth Bishop, Marguerite Yourcenar, Italo Calvino, José Saramago, entre outros. Já o jornal francês Le Monde , que publica um repasse biográfico da vida de Virginia Woolf (imagem) pelas mãos da escritora Virginie Despentes, apresenta uma gravação (reproduzida abaixo) em que se pode escutar a autora de Orlando falar como a língua inglesa do pós-guerra poderia libertar o pesadelo do passado.  Não custa lembrar que a Cosac Naify apresentará em breve uma edição caprichadíssima de s...

labirinto

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se me calo me vencem se me rebelo eles lucram * Acesse  o e-book  Palavras de pedra e cal  e leia outros poemas de Pedro Fernandes.