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Mais um evento sobre Jorge Amado

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Jorge Amado e Zélia Gattai. Sabemos todos os da literatura que Jorge Amado está sendo discutido numa rede de eventos acadêmicos ao redor do mundo. Divulguei por aqui ainda no ano passado um colóquio que se realizaria em Paris; depois fiquei sabendo de eventos na Espanha, Portugal e na Inglaterra. E agora dei com essa iniciativa d o Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o Centro de Literatura Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e o Centro de I nvestigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, em parceria com o Museu do Neo-Realismo (Vila Franca de Xira),   a Universidade Estadual de Santa Cruz (Ilhéus-Brasil) e a Academia Brasileira de Letras.  Trata-se do Colóquio Internacional 100 anos de Jorge Amado.  O evento ocorrerá em duas sessões, a primeira terá como tema: História, Literatura e Cultura, será realizada na...

Bruno Schulz

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Bruno Schulz em registro fotográfico de 1935. Pela primeira vez a obra completa de Bruno Schulz é traduzida e publicada no Brasil pelo professor Henryk Siewierski e pela Cosac Naify. Nos anos 1990, a Editora Imago já havia traduzido e publicado alguns contos, “Lojas de canela”, de 1934, e “Sanatório sob o signo de clepsidra”, de 1937. A edição de agora inclui mais quatro contos inéditos. O livro vem com ilustrações do próprio escritor, que é autor também de uma considerável obra do tipo, além de uma apresentação escrita pelo poeta e ensaísta Czeslaw Milosz (Prêmio Nobel de Literatura de 1980), um posfácio do tradutor com sugestões de leitura e trechos dos diários de Witold Gombrowicz, amigo de Bruno Schulz e que junto com ele e Stanislaw Witkiewicz, constituíram o grupo que ficou conhecido como “os três mosqueteiros” da prosa polonesa de vanguarda. A obra que ora sai publicada não constitui nem metade daquilo que Schulz produziu em vida. Por exemplo, além dos desenhos divididos e...

Casa Lena Gal

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Por Pedro Fernandes © Lena Gal. A artista ganha um espaço que primará pela preservação do seu trabalho. O ato não poderia passar despercebido. Recebi a notificação em minha caixa de e-mails e divulgo por aqui com grande satisfação. A artista plástica Lena Gal, de Fenais da Ajuda, concelho Ribeira Grande, Açores, Portugal, é, como se diz por esses lados, uma artista de mão cheia; ela foi quem gentilmente cedeu um de seus trabalhos para a ilustração da capa de Retratos para a construção do feminino na prosa de José Saramago , meu livro que deve sair em breve. E só deixo aguçada a curiosidade: a arte desenvolvida pelo capista que preserva em sua integridade o trabalho de Lena ficou muito bacana, mas só devo postar por aqui numa ocasião, mais oportuna. A notificação que recebi de Lena é que agora, dia 30 de junho de 2012, pelas 19h30, ela abre uma exposição que inaugura a Casa Lena Gal , em Ribeira Grande. A casa, que abrirá junto ao Museu da Emigração abrigará um conjunto d...

Os 60 anos de 10 dias de uma viagem que deu novos rumos à Literatura Brasileira

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Por Pedro Fernandes Já até ensaiei por aqui  os passos de curta leitura sobre literatura e viagem. Ambas têm uma proximidade bastante significativa. Não apenas se entendermos que todo livro é, por natureza, uma viagem, mas se dermos conta de que muitos livros nasceram da experiência de uma.  O caso mais expressivo, lembrarão uns, é do escritor Jack Kerouac, quem, enquanto viajava pelo seu país, os Estados Unidos, ia dando forma à produção de seu romance mais famoso, On the road .  Eu lembrarei aqui sobre José Saramago, que contratado para escrever um guia sobre o seu país, escreve Viagem a Portugal . E não será exagero dizer que tenha sido o livro e a viagem empreendida para sua composição o roteiro para elaboração de suas primeiras obras: Levantado do chão , o livro publicado no ano do Viagem é resultado da sua estadia entre os camponeses do Alentejo, Memorial do convento de uma de suas idas a Mafra, passagens de O ano da morte de Ricardo Reis de sua ida a Fátima...

Uma nova adaptação para Anna Kariênina, de Tolstói

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Por Pedro Fernandes Uma das primeira cenas da nova adaptação para o cinema de Anna Kariênina , de Tolstói. Foto: Omelete.com Fora Lukács que leu Tolstói como o símbolo maior na arte de narrar, talvez tenhamos nos sentido intrigantemente seduzidos pelo movimento das personagens no romance russo. Eu mesmo quando me pus a ler Crime e castigo , do Dostoiévski, senti-me compartilhar de uma intimidade tão profunda com Raskolnikov que o momento da leitura dissipou-se ao ponto de me confundir entre os movimentos e obliterações psicológicas da personagem.  A pergunta é: quem não terá assim se sentido um dia lendo um clássico russo? Qual outra literatura terá conseguido capturar melhor o feitiço de realizar plenamente o estatuto  da verossimilhança? Quem já se debruçou sobre Anna Kariênina , de Tolstói, também se sentiu assim; tenho comigo depoimentos fidedignos de uma professora de literatura. De modo que, não será demais afirmar que, enquanto você não ler os russos nã...

Nelson Rodrigues

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"Não sou pornográfico. Pelo contrário, me chamo de moralista. O único lugar onde o homem sofre e paga pelos pecados é em minhas peças." Assim se pronunciou Nelson Rodrigues. Mas, o epíteto de anjo pornográfico não se desfez e chegou mesmo a intitular uma biografia escrita em 1992 por Ruy Castro. Hoje, o escritor integra a galeria de um dos mais importantes dramaturgos que a literatura brasileira já produziu, se não for engano e exagero, o único. O drama da existência humana enxergado pelo prisma da morbidez foi o que mais explorou, o que mais o destaca nesse cenário e, talvez por isso, aquele que melhor viu a sociedade por aquilo que ela é: um bem moldado arcabouço que esconde atrás de si aquilo que realmente seus habitantes são. No mês de agosto deste 2012 marca o primeiro centenário de Nelson que nasceu no Recife; ocupa ainda o lugar de um escritor por ser descoberto, uma vez que, muito tardiamente foi que se gestou um público que vê no seu trabalho uma riqueza ...