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Gore Vidal

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Gore Vidal é um dos nomes mais profícuos da atual literatura estadunidense. Poderá ser engano de principiante, mas depois dele o outro nome que me vem a cabeça é somente o do Jonathan Franzen, autor do bem aceito Liberdade e que está de volta ao cenário brasileiro com Tremor e Como ficar sozinho. Pode ser que acontecimentos trágicos vindoura, como a recente morte de Vidal coloque-me a par de alguns outros importantes nomes daquela literatura. Claro que lembro aqui de nomes como John dos Passos, Gertrude Stein, Steinbeck, Truman Capote, Nabokov, Saul Bellow, Henry Miller, J. D. Salinger, Norman Mailer, John Updike, Philip Roth, entre outros, que sobressaem da extensa lista de maus escritores que as letras americanas gestaram e ainda gestam para o mundo inteiro. Gore Vidal é um escritor dos mais versáteis. Conhecido por seus romances históricos, foi também dramaturgo e ensaísta e claro, um dos mais ferrenhos críticos do imperialismo estadunidense: “O maior prazer que tive quan...

Do começo ao fim, de Aluizio Abranches

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Fazia tempo que este filme deveria ter sido comentado por aqui, porque tão logo saiu dos cinemas – lembro que por terras papa-jerimum não houve sessões – eu vi e revi. Não é que o filme seja algo que se diga “isto é sim um grande filme”. Não. Não é. Creio mesmo que Aluizio Abranches já fez coisa melhor, como a adaptação do livro de Raduan Nassar, Um copo de cólera , outro filme que já vi há certo tempo e ainda não comentei por aqui. Estou devendo mais uma. Classificado como drama, o filme poderia ficar reduzido a uma historieta de amor morango com açúcar. Tem um enredo bem pensado, mas não bem construído. Não avança. É reduzido a questões pontuais. E há um universo de coisas que não sei por culpa do quê o de quem não conseguem ter um desenvolvimento esperado. E o resultado, bem, o resultado, todos já devem ter previsto: não é lá essas coisas. Saltado alguns minutos do filme o telespectador já terá percebido que a história pretendida da narrativa é a admiração amorosa –...

Escritos rejeitados e um inédito de F Scott Fitzgerald

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Por Pedro Fernandes Borges integra lista dos que tiveram textos rejeitados já quando quase crescido. Todos os grandes escritores que conquistaram seu lugar no panteão já tiveram uma pedra no meio caminho alguma vez na vida. Segundo matéria publicada no Chicago Tribune , a alguns anos, a The Missouri Review  encontrou nos arquivos da A. Alfred Knopf uma coleção de relatórios que documentam a rejeição da editora de vários trabalhos de autores notáveis.  Estão na lista O aleph , de Jorge Luis Borges, L'entrata in Guerra , de Italo Calvino (texto que desconheço tradução por aqui), Vendetta , de Joyce Carol Oates e  The bell jar , de Sylvia Plath. Para ler sobre vá por aqui .  Nesse rol dos rejeitados, famoso é o caso de José Saramago quando escreveu seu segundo romance , Claraboia , que foi engavetado e depois do sucesso do escritor quando do recebimento do Prêmio Nobel de Literatura, em 1998, o contato para que fosse publicado, milagrosamente, se refez, a...

Jorge Amado e Nelson Rodrigues para as telas (parte 1)

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Jorge Amado e Cacá Diegues em filmagens de Tieta , em 1995. Agosto é mês de ler Jorge Amado e Nelson Rodrigues. Não é que haja meses específicos para ler determinados autores. Não. É que agosto é o mês em que os dois escritores brasileiros estão aniversariando. E os dois fazem o seu primeiro centenário: Jorge, no próximo dia 10 e Nelson, no dia 23. Agora, é verdade que os dois produziram uma vasta obra. Se tirássemos o mês inteiro, e olhe que agosto tem um dia a mais porque é mês de 31 dias, com dias integrais para leitura, não esgotaríamos a totalidade de suas produções. Mas, como os dois são os escritores mais adaptados para o cinema e a TV – segundo levantamento de José Geraldo Couto para o Blog do Instituto Moreira Salles são vinte longas adaptados a partir da obra de Nelson Rodrigues contra dezessete a partir da obra de Jorge Amado, até agora –, fomos, com base nos dados fornecidos, à cata de alguns deles para duas coisas: antecipar e dar um empurrãozinho nas nossas l...

Ensaio para uma apresentação do “Caderno de desenhos”, de Márcio de Lima Dantas

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Por Pedro Fernandes Não faz muito tempo que saiu por aí e por aqui deve voltar a sair em breve, agora que temos uma espécie de coluna para casos do tipo, desenhos de Elizabeth Bishop, Sylvia Plath, Ferreira Gullar e Carlos Drummond de Andrade ( desse falamos em primeira mão e até editamos uma amostra ). Todos os que escrevem tiveram ou têm, não raras vezes, oportunidades para um passatempo a compor garatujas que podem, se for o caso, serem aperfeiçoadas e ganhar a delicadeza e o traço profissional, como é patente nos desenhos dos dois primeiros nomes citados.  Fato é que, o desenho deve ser a forma de expressão poética mais antiga do homem. Ainda quando sequer sabia fazer uso da linguagem como vimos aperfeiçoando nesse itinerário em que a espécie se constitui sapiens e, logo, ainda quando nem imaginávamos o trabalho com a palavra escrita, mas já o espírito da poesia habitava essas paragens, fazíamos caricaturas nas pedras, no corpo, como signos de registro ou de celebraçã...

Rol da feira, o novo livro de Márcio de Lima Dantas

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Por Pedro Fernandes Quem aportou por aqui há algum tempo está familiarizado com o nome Márcio de Lima Dantas. Isso porque na segunda edição do caderno-revista  7faces  pudemos a conhecer o ensaísta, com um texto sobre a obra do poeta Jorge Fernandes, então homenageado - no final desta postagem encontrará uma reprodução deste artigo também publicada aqui no Letras . Na edição seguinte, publicou-se um encarte com um inédito do poeta -  xerófilo . E já por essa época, sondamos também por aqui sobre outro livro. Era  Rol da feira  e era o encarte pretendido. Mas esperaríamos um ano para tê-lo. Ofertado pelo próprio poeta para publicação no mesmo formato do anterior sairá em breve - eis a boa nova - um novo título de Márcio de Lima Dantas. O leitor encontrará neste inédito 23 poemas que do ano em que tive contato até agora passou por reiteradas revisões, o esperado de todo poeta que tem na palavra seu ofício. Havia uma edição que julguei pronta há um ano...