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Todo o Dom Quixote em apenas 3 segundos

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A escultura de quase cinco metros concentra os mais 22 mil vocábulos recortados de um exemplar do Dom Quixote. Você é do grupo que nunca teve tempo e nem coragem para ler todo o Dom Quixote ? Isso agora não é um problema. Graças às novas tecnologias, somadas com uma boa dose de ironia, é possível escutar a leitura integral da obra mestra de Cervantes em não mais que três segundos. Isso mesmo. Há somente que visitar Erase DE UNA VEZ Don Quijote de La Mancha , uma engenhosa instalação interativa que permite experimentar o clássico da literatura de uma forma que provavelmente haveria encantado ao próprio Cervantes. A instalação, que é uma engenhosa criação dos artistas Diego Agulló e Jorge Ruiz Abánades, em colaboração com Intact Project, estreou no passado 23 de abril em ocasião do Dia Internacional do Livro e dia da morte do escritor espanhol, no Instituto Cervantes de Berlim. E ficará aí até o dia 10 de maio. Apesar de ser uma peça realizada graças às novas tecn...

A longa travessia de Nabokov

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Por Pedro Fernandes Carteira de Identificação para Emigrantes de Vladmir Nabokov Nascido em 22 de abril de 1899, Vladimir Nabokov, autor já há muito conhecido, amado e odiado por uma personagem, amante das borboletas, rico conferencista, inimigo dos clichês e homem de opiniões fortes, é um dos mais reverenciados autores emigrantes desde a época em que Estados Unidos e Rússia eram muito mais que rivais, eram inimigos mortais. Apesar da sua jornada para a aclamação cultural na América servir de signo de esperança para muitos e mesmo aposta na capacidade de respeito entre os povos sem olhar a quem, a ida de Nabokov para os Estados Unidos representou para ele um período de grandes perdas e de profunda tristeza, afinal não se troca de identidade como quem muda de roupa, principalmente porque há aí uma leva de valores afetivos, de pertença cultural, mais forte que qualquer coisa. O fato é que os Estados Unidos serviu ao escritor de ponto de equilíbrio numa vida toda ela nascida so...

No, de Pablo Larraín

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Por Pedro Fernandes O ator Gael García Bernal em cena do filme No, onde vive o publicitário René Saavedra É preciso dizer não. Sempre. Principalmente diante da possibilidade de sair da clausura e por um vulto de liberdade, essa palavra buscada pelo homem desde quando olhou para si e para o outro e reconheceu-se espécie diferente das irracionais. Palavra buscada repentinas vezes desde quando somos colocados sobre as sólidas paredes do poder. O filme de Pablo Larraín, mesmo se referindo a um lugar específico da história chilena – os últimos dias do regime militar de Augusto Pinochet – quer revigorar o sentido se não esquecido por muitos já envolto em brumas de passado que inocentemente acreditamos sem retorno. Sensível ao estranho lugar que hoje respiram as democracias no mundo inteiro, vendidas todas para uma forma de poder ainda mais degradante que o seu poder político, o poder do capital, a palavra que dá título ao filme é também uma convocação a olhar – se não para o escuro ...

o nosso reino, de valter hugo mãe

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Por Pedro Fernandes Edição brasileira de o nosso reino - romance de estreia de Valter Hugo Mãe O livro chegou ao Brasil depois de o remorso de baltazar serapião . Mas, é o primeiro na tábua bibliográfica do escritor, que antes, só havia trilhado pelo território dos livros infantis e com a poesia, formas que – acredito – não serão abandonadas no correr da obra ou mesmo são retrabalhadas  no âmbito do projeto ficcional que designamos como romanesco . Aliás, foi com o último gênero que valter hugo mãe – que até bem pouco tempo preferiu se assinar assim numa referência ao conjunto inicial de sua obra, integralmente grafada com minúsculas – chegou ao Brasil. Muito antes de chegar às duas grandes editoras que o levaram a ser popular por aqui, já circulava uma antologia desenhada para a Thesaurus Editora com o título de mil e setenta e um poemas e outra, com recolha de poemas seus editados em Portugal, publicada pela Oficinal Raquel, Portugal, 0 , livros que certamente...

Roberto Bolaño

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Roberto Bolaño tornou-se indispensável na já extensa bibliografia de escritores latino-americanos necessários de ler; o fato é que isso é novidade. Até sua obra se tornar Cult, o caminho terá sido muito longo, como foi para muitos dos grandes escritores. Por exemplo, o escritor sempre se definiu como poeta e foi na poesia que começou a sua escrita, mas depois teve que debandar para a prosa e foi na prosa que ele se tornou reconhecido.  Agora, não é caso, ainda, de que o chileno seja incluído nesse rol dos grandes; isso, ainda há de se passar um bom tempo para ter uma confirmação. O que vai se confirmando, entretanto, pelo culto em torno do escritor, ou melhor, antes do culto, é o fato de que Bolaño é peça fundamental para um novo lugar para a literatura produzida na América Latina, que desde o boom literário na década de 1960, foi se tornando clichê pelo lugar comum do maravilhoso como experiência estética. 2666 , um dos seus romances mais próximos do público de língua port...

Boletim Letras 360º #10

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O décimo número do nosso Boletim Letras 360º está recheado de novidades: pelo Brasil pipocam os eventos literários – feiras, festivais, encontros; fora do país também. Esta semana foi marcada por isso. A nossa primeira dezena de notas quer lembrar também da promoção que está aberta até o próximo dia 8 de maio, portanto, menos de quinze para inscrições. Enfim, vamos ver o que se passou na semana que agora termina? Primeira cena da adaptação de O homem duplicado , romance de José Saramago, para o cinema. Ainda sem data de estreia, mas vê-se a produção de vento em popa. Segunda-feira, 22/04 >>> Brasil: Inéditos de Hilda Hilst Uma visita da equipe do caderno Ilustrada do Jornal Folha de São Paulo a Casa do Sol, onde a escritora viveu boa parte de sua vida, revelou que, nos últimos meses, foram localizados ali um livro infantil, poemas, desenhos e textos em prosa, material inédito suficiente para ao menos quatro novos livros. Quando estes livros poderão ser publica...