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Madame Bovary, de Gustave Flaubert

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Por Pedro Fernandes Desde que foi escrito em 1857 que Madame Bovary foi responsável por celeumas dentro e fora do universo da literatura. Já é de conhecimento de todos, por exemplo, do processo que enfrentou o autor, Gustave Flaubert, sob acusação de que o seu romance era indevido à moral e aos bons costumes da sociedade francesa. Essa pequena mostra justifica, desde então, que não estamos diante de um texto qualquer. Se o interesse do escritor foi o de colocar o dedo no nervo central da burguesia para revelá-la em toda extensão a hipocrisia aí reinante, de fato, não apenas pela atitude de ter sido levado aos tribunais, mas sobretudo, pela revolução estética e pela confirmação da podridão da sociedade de seu tempo confirmada mais tarde, conseguiu. A obra é tudo isso e mais coisa; basta sublinhar, ainda, a força inovadora quanto ao tema e a forma – imitado nas literaturas dentro e fora de quando apareceu. Gostaria de me deter aqui em alguns dos procedimentos estéticos do r...

Boletim Letras 360º #13

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No início da semana, dois dos nossos amigos no Facebook levaram um exemplar de  Gramática do Português Brasileiro – Edição de Bolso , do professor Marcos Bagno; e, conforme anunciamos aqui, a parceria com a Parábola Editorial vai se repetir outras vezes. Pois bem, já estamos com mais uma promoção on-line: desta vez são dois exemplares de  O Português no século XX I. O livro organizado pelo professor Moita Lopes é um dos lançamentos em destaque na editora neste mês de maio. Para saber como concorrer basta acessar  aqui . E, mais: lançamos uma espécie do miniconcurso cujo brinde é uma edição de  O grande Gatsby , romance de F. Scott Fitzgerald que tem estreia nas telas brasileiras no próximo dia 7 de junho. Para saber como participar é só ir ler um pequeno regulamento que preparamos,  aqui . Agora, não se pode esquecer de ver também o que foi notícia na nossa linha do tempo no Facebook. Trecho final de uma carta de F Scott Fitzgerald a Hemingway com intervenç...

Pensar o livro e o mundo digital

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Por Pedro Fernandes Não é de hoje que venho travando uma discussão acerca de uma questão que considero um tanto quanto delicada para o estágio atual do livro a que chamo por "massificação" da obra literária. Uso o termo entre aspas porque embora este não seja o adequado para ocasião me soa como um paliativo. Tudo começou ainda numa comunidade no Orkut dedicada ao José Saramago por volta de 2009 quando um usuário entrou para postar um link para baixar livros do escritor português on-line e eu me manifestei contrário à ideia: "Baixar um livro que não encontramos de modo algum por aqui pode ser, mas as obras do Saramago, todas, acho um desrespeito para com o escritor... Se ainda fosse um "crepúsculo", um "lua nova", "lua cheia", "lua minguante", "lua quarto-crescente", tudo bem, é comercial, não vale nada mesmo..." – ironizei. No mesmo instante me responderam discordar de minha posição. Bem, a minha posição...

Promoção "Antes de assistir, eu li 'O grande Gatsby'"

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Próximo dia 7 de junho estreia mais uma versão – a mais grandiosa e ousada – de O grande Gatsby no cinema. O filme é uma adaptação do romance homônimo de F. Scott Fitzgerald. Você já leu esse romance? Ou está lendo? Ou quer ler? Então, muita atenção a esta chamada. Queremos que você redija uma resenha crítica sobre o romance em questão.  O melhor texto será publicado no blog no dia 7 de junho. E o vencedor levará para casa uma edição de O grande Gatsby editado pela Penguin-Companhia (foto). Que tal? Para participar, basta enviar para pedro.letras@yahoo.com.br um texto de até duas páginas A4, fonte times new roman, espaçamento 1,15. O texto tem de ser inédito. Receberemos os textos até o dia 3 de junho. Por isso, mãos à obra! 

O homem que ri, de Jean-Pierre Améris

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Por Pedro Fernandes Recentemente o cinema recebeu mais uma adaptação de Os miseráveis , de Victor Hugo. Este talvez seja o seu romance mais adaptado para as telas juntamente com O corcunda de Notre Dame . E ambos, os mais conhecidos do grande público. Mas, além desses dois textos, outro se iguala na quantidade de versões cinematográficas. É O homem que ri . Publicado em 1869, o romance teve sua primeira adaptação para o cinema ainda em 1928, cujo papel do protagonista executado pelo ator alemão Conrad Veidt deu-lhe destaque para outras produções mais conhecidas, como Casablanca , O gabinete do Dr. Caligari ou Das Land ohne Frauen , o primeiro filme sonoro feito na Alemanha no ano seguinte. É bem verdade que antes, Veidt já havia feito um papel pioneiro na sétima arte: foi ele quem primeiro interpretou uma personagem gay no cinema em Anders als die Andem , de Magnus Hirschfeld, em 1919. O papel em O homem que ri foi tão significativo que a personagem Coringa, criado por ...

Os desenhos de Sylvia Plath (II)

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Autorretrato de Sylvia Plath. Em agosto de 2012 fizemos uma curta matéria sobre o trabalho plástico da poeta estadunidense Sylvia Plath.¹ Hoje, voltamos ao tema a fim de apresentar quando tudo isso começou e como a escritora avançou na complexa matéria do desenho e da pintura. Atenção seja dada ao primeiro trabalho que olha para a arte visual como incursão de mesmo porte que a atuação de Plath na literatura. Trata-se do Eye Rhymes: Sylvia Plath’s Art of the Visual , que reúne uma série de ensaios de estudiosos de renome que fazem um percurso pelas várias fases do trabalho de Plath neste outro universo e reproduz integralmente, desde os primeiros rabiscos aos trabalhos mais acabados como as pinturas em aquarela, pastel, os desenhos de giz de cera e lápis produzidos na maturidade. São cerca de sessenta trabalhos lidos numa também extensa relação com sua obra literária com atenção para os primeiros desenhos e os experimentos textuais da adolescência em cartas e pinturas que...