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Boletim Letras 360º #21

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Este boletim se inicia com um apelo: Lima Barreto como homenageado da FLIP 2014. Quando findou a Festa Literária Internacional de Paraty 2013 a única coisa que ficamos sabendo é que o evento no próximo ano será adiado para o mês de agosto devido a Copa do Mundo. Mas, não foi definido qual será o autor homenageado; apenas sinalizado alguns nomes. Desde então, Josélia Aguiar, Álvaro da Costa e André Vallias através do blog não gosto de plágio , de Denise Bottmann, colocaram on-line uma espécie de convocação a assinaturas pelo nome do romancista Lima Barreto. Nós do  Letras in.verso e re.verso  já pedimos nossa assinatura e estendemos o convite aos amigos. É muito fácil: basta ir  aqui  e deixar um comentário.  Sem mais, vamos ao que foi notícia na nossa página no Facebook durante esta semana? Cartaz selecionado para divulgação da Feira do Livro de Frankfurt 2013. O evento tem o Brasil com país homenageado. Leia mais sobre neste boletim. (clique sobre a image...

Crônica de um leitor de O jogo da amarelinha (2)

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por Juan Cruz Ruíz Em seu livro Los nuestros (sem tradução no Brasil), que é a bíblia maior do boom latino-americano , Luis Harss explica seu encontro com Julio Cortázar, que o havia deixado maravilhado com O jogo da amarelinha . Harss publicou sua coleção de entrevistas e encontros (com Guimarães Rosa, com Borges, com García Márquez, com Carlos Fuentes, com Mario Vargas Llosa, com Onetti, com Cortázar...) em 1966, três anos depois que havia aparecido o livro mais importante da bibliografia de quase um autêntico argentino (Harss nasceu no Chile, mas se criou em Buenos Aires, como Clarín nasceu em Zamora). Esse livro insuperável, mítico e até um ano depois quase que não encontrável foi publicado outra vez pela Alfaguara, e é de novo um gozo mergulhar nele para redescobrir, por exemplo, que exaltação espanhola rayuelita (a palavra é de Harss) que todos os leitores dessa novela encontro em nós em muitos casos até agora. Todos os ruyelitas quisemos viver dentre desse livro e H...

Prenda-me, de Jean-Paul Lilienfeld

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Este filme é um exemplo que corrobora para a tese de que não importa o acontecimento: por simples e bestial que pareça um cineasta francês, um bom cineasta, consegue arrancar dele um enredo que a depender do seu humor pode descambar para uma comédia, para um romance, para um drama. Na maioria das vezes, é verdade, prevalece o drama, afinal, parece que é mais fácil fazer das situações corriqueiras algo do tipo. E é o que acontece em Prenda-me , de Jean-Paul Lilienfeld. Mas o filme não é todo um drama, ele está aí como gênero-base, mas tem seu pé na comédia e no thriller psicológico. Dois gêneros, diga-se, bem vivos no currículo do cineasta francês: basta dizer que Lilienfeld deu início à sua carreira cinematográfica no início dos anos 1980 como ator de comédias, enquanto isso, escrevia para televisão e para o cinema materiais diversos como o filme L’Oiel au beur(re) noir , um drama que trata do racismo no cotidiano; em seguida produz quatro longas-metragens que são comédias e ...

Marcel Proust

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O crítico André Maurois descreve La recherche du temps perdu como uma das maiores obras da imaginação de todos os tempos. A tradução literal para o título da obra por Em busca do tempo perdido contém em si uma pista para compreensão desse monumento literário. Depois de ter perdido tempo a viver uma existência diletante no mundo da moda, decidiu voltar a dedicar sua via à literatura, e para tentar, finalmente, alcançar a elaboração de um grande trabalho que ele sabiamente se sabia capaz de realizá-lo. Em busca do tempo perdido foi a chance que teve Proust para justificar sua vida e para enganar sua morte por meio de um grande ato de criação artística. Compreendendo esse lugar da arte como redentora da vida que indiretamente terá sido motivo de criação para outros escritores. Mesmo José Saramago que relutou várias vezes que a literatura não tinha capacidade de mudar o mundo, admitiu certa vez que a literatura é vida. Proust, portanto tinha razão. E sua razão não é justifica...

A glória literária graças aos demônios familiares

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William Butler Yeats e sua mulher. Imagem El País Cada escritor tem um grande campo verde no quintal de casa em cujas terras enterrou seus segredos mais escuros e preciosos e que, vez por outra, guaqueros* dão com o brilho da sua existência. A grande literatura geralmente está enraizada em crimes artísticos, está levantada sobre infelicidades próprias e alheias. Um desses guaqueros é Colm Tóibín, escritor irlandês hoje convertido em explorar tesouros alheios. Rastreou já os campos dos demônios titulares de vinte grandes autores e os coloca aos olhos de todos num texto que acaba de ser publicado na Espanha e que pode chegar ao Brasil em breve – Nuevas maneras de matar a tu madre . Quatrocentas e uma páginas com joias secretas de toda índole: incestos, traições, duelos sentimentais e econômicos, invejas, amores frustrados ou vaidades diversas, cujos fulgores podem ser divido em três tipos: poder, reconhecimento e sexualidade. “As obras dos gênios surgem de fontes insólitas”, a...

Poesia completa, volumes I e II, de Miguel Torga

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Por Pedro Belo Clara A obra que hoje aqui apresento, ainda que divida em dois volumes, é uma competentíssima colectânea poética de um dos maiores vultos da literatura portuguesa do século XX. Iniciativa da editora D. Quixote, o projecto apresenta, de forma tão abrangente quanto possível, os principais trabalhos poéticos de Adolfo Correia da Rocha, um médico que no mundo das letras se notabilizou sob a epígrafe de Miguel Torga e que, durante largos anos, foi o editor de seus próprios livros. Além disso, e eis o seu maior motivo de louvor e, consequentemente, de interesse literário, ambos os volumes conseguem fielmente apresentar a todo o curioso leitor as principais temáticas da poesia de Torga, tornando-o assim num excelente instrumento de introdução ao estudo deste autor. Entender Torga é igualmente entender os dramas e as alegrias do homem que viveu, amou e sofreu – entre angústias e paixões, receios e certezas. De uma complexidade simplista, passe a possível contradiç...