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Pequeno perfil de um escritor potiguar: Moacy Cirne

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Por Thiago Gonzaga o seriado que eu vivi não teve fim, acabou, continua na próxima semana com a dor que ficou. Moacy Cirne Moacy Cirne nasceu em 13 de março de 1943, filho de Luiz da Costa Cirne e Nadi da Silva Cirne. Sertanejo de Jardim do Seridó, habitou os primeiros anos em Caicó, vivência que tentou sempre cantar e resgatar em sua poesia, revelando a importância marcante da paisagem da infância em sua formação. Estudou no Colégio Santo Antônio, dos Irmãos Maristas, em Natal, e frequentou a Faculdade de Direito, que abandonou para dedicar-se ao jornalismo e à comunicação. Moacy Cirne foi um importante e reconhecido colecionador e estudioso de histórias em quadrinhos e aficionado por cinema, chegando a lançar vários livros sobre o tema. Também ficou conhecido nacionalmente como um teórico da literatura de quadrinhos. No Rio Grande do Norte existe um Prêmio na área com o seu nome. Muito jovem, revelou tendências literárias, participando de grupos intel...

a máquina de fazer espanhóis, de valter hugo mãe

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Edição brasileira de a máquina de fazer espanhóis publicada pela Cosac Naify Estruturado em vinte e dois capítulos, cada um com títulos, alguns como se fossem sentenças – “a brancura é um estágio para a desintegração final”, “o amor é uma estupidez intermitente mas universal”, “o tempo não é linear”, “deus é uma cobiça que temos dentro de nós” – este é o quarto romance de valter hugo mãe (até aqui ainda em minúsculas com breves incursões pelas maiúsculas). Diria, para efeito, que este é também o mais acabado e o melhor romance do escritor português, embora cada um de seus trabalhos no gênero tenham rumos diferenciados a ponto de que um julgamento dessa natureza possa ser percebido apenas como uma comparação errônea de sua obra, possibilidade que logo descarto por saber que na diferença também é possível estabelecer paralelas. Este julgamento, portanto, guia-se apenas pela via de destacá-lo do conjunto de sua obra, uma vez que, temos atestado essa teimosia do escritor em se faz...

O manuscrito em que Virginia Woolf anuncia o seu suicídio

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Parece uma prática muito mórbida e desumana até tratar a nota de suicídio como uma peça de literatura, mesmo que o autor da referida nota seja um escritor tão famoso quanto Virginia Woolf. Mas, por que isso? Há, é verdade, variados ângulos das objeções éticas que rondam uma situação do tipo, mas tocar no assunto está longe de ser algo indecente. A morte tem sido em muitas vezes uma ocasião literária: a longa tradição das últimas palavras varia de confissões no leito de morte para o gênero estranhamente teatral do discurso antes da forca (ver Sócrates, Anne Boleyen ou John Brown). Como grandes figuras inesquecíveis da história, as últimas palavras da vida de Virginia Woolf reúnem elementos para compreender melhor o fato, seja o leitor leigo, seja o leitor pesquisador sobre sua biografia. Antes desse bilhete escrito em março de 1941 e deixado sobre a lareira de casa para seu companheiro Leonard, Virginia terá produzido outras escritas em que prenunciava o gesto que tomaria c...

Boletim Letras 360º #49

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Novo cartaz para Enemy , adaptação de O homem duplicado , de José Saramago. Novidades sobre o filme neste boletim. Depois da primeira semana de nosso retorno estamos já a pleno vapor! Na próxima semana temos mais novidades – estejam atentos! Por enquanto estamos navegando nos versos de Manoel de Barros, o fazedor de nadas mais significativo da poesia brasileira. Não é à toa: estamos em vésperas de realizar nossa primeira promoção de 2014, valendo como brinde, exemplares do seu Poesia completa . Vê o fim deste BO que tem um atalho para ver/ler o regulamento para se inscrever e participar. É coisa simples! Antes, um tour pelo que foi notícia em nossa página no Facebook. Segunda-feira, 20/01 >>> Brasil: Publica-se em edição bilíngue O colóquio dos cães , texto menos conhecido de Cervantes É de conhecimento de todos a forma diversa com que se apresenta no Brasil edições do Dom Quixote , o texto mais conhecido de Miguel de Cervantes. O que pouca gente con...

Ao lado de Clarice

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  Por Cesar Kiraly Ilustração: Catarina Sobral § olhava para os braços brancos e percebia perfeitamente a forma dos dedos um pouco mais brutos, mas bem recebidos. se Freud havia se encantado com o bloco mágico; a sensibilidade de todos os seus capilares - um por um sob invocação dos nomes próprios - era mais do que qualquer tábula rasa, mais do que qualquer placa de gesso. na coxa, pontas bem roxas de quinas, sobrepostas a rodelas já amarelas. era isso a vida, uma topada. distraída soubera a dor como um preço baixo pela vida mais intensa. era isso a sorte, poder ver cada um dos lances sem dados no corpo. doce evidência constante de saber da vida um - traço. § se um camarada se joga de um penhasco, sabendo que terá vontade de se segurar, e quando cai, tem vontade de se segurar, a coisa não parece grande coisa. a mesma coisa, não é surpresa ter vontade de respirar quando se coloca a cabeça debaixo d'água. qualquer cético poderia ter dito a Descartes que ele teria von...

As ilustrações de John Dos Passos para livro de Blaise Cendrars

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Autógrafos de Blaise Cendrars e John Dos Passos A poesia de Blaise Cendrars foi parte de uma grande onda criativa que se espalhou pelo mundo inteiro a partir da Paris de antes da última guerra europeia. Sob várias palavras-chaves –  futurismo, cubismo, vorticismo, ou modernismo – a maioria dos melhores trabalhos nas artes em nosso tempo tem sido o produto direto dessa explosão, que teve uma influência na sua esfera comparável com a da Revolução de Outubro na organização social e política e a fórmula de Einstein em física. Cendrars e Apollinaire, ambos poetas, estavam nas primeiras barricadas cubistas com o grupo que incluíam Picasso, Modigliani, Marinetti, Chagall, que influenciou profundamente Maiakovski, Meyerhold, Eisenstein, e cujas ideias chegaram a Joyce, Gertrude Stein, T. S. Eliot... Cendrars também teve ligação com o grupo modernista brasileiro e chegou a escrever uma série de poemas de quando esteve por São Paulo, Rio de Janeiro e cidades históricas de M...