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Boletim Letras 360º #52

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Safo (possivelmente). Pesquisadores chegaram a fragmentos de dois poemas inéditos da poeta. Mais detalhes ao longo deste boletim. Alcançamos pela segunda vez consecutiva um lugar entre os 100 melhores blogs de Literatura do Brasil. Mas isto ainda é pouco, para uma rede que a cada dia se enche de novos e simpáticos amigos. A segunda etapa do Prêmio TOPBLOG 2013 pede que novamente a simpatia se converta em votos. E cada um pode com três cliques nos dá dois votos: um via Facebook e outro via e-mail. O terceiro clique é para não se esquecer de ir ao e-mail e efetuar a confirmação. Podemos, de novo, contar com vocês? Basta clicar no ícone do TOPBLOG logo aí à esquerda do monitor. Depois disso, volta para dá uma espiada no que foi notícia durante esta semana em nossa página no Facebook. Segunda-feira, 10/02 >>> Estados Unidos: Descoberto fragmentos de dois poemas inéditos da poeta Safo Os fragmentos estão num papiro de um colecionador particular anônimo; ...

A obsessão de Hemingway

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Hemingway na cabine de seu iate Pilar. Dentre a série de arquivos do escritor ora digitalizados estão várias anotações feitas à bordo da embarcação. Ernest Hemingway tinha o costume de acumular tudo em sua casa de Havana: fotos, periódicos, telegramas, cartas. Tudo. De acordo com Mary, sua quarta companheira, ele era incapaz de jogar algo fora. E, graças a esta obsessão do escritor tem sido possível digitalizar cerca de 2 500 documentos que estavam em sua residência – Finca La Vigía, uma granja que fica nos arredores de Havana, onde ele morou por largo tempo. O trabalho de digitalização dos arquivos está a cargo da Biblioteca e Museu John Kennedy, em Boston e ficará disponível on-line sempre. O material oferece uma nova visão do dia-a-dia de Hemingway, diz o diretor do Museu, Tom Putman; “Da figura literária, dar-nos conta da humanidade do homem e assim oferece nuances para entender o escritor.” As cópias digitais chegaram no ano passado a partir da Fundação Finca La Vigía – atua...

Capitão Phillips, de Paul Greengrass

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Houve um tempo que os noticiários de todo mundo fervilhavam de notícias sobre a tomada de navios por piratas partindo de vários países da África. Paul Greengrass colecionou uma dessas histórias, talvez a que mais teve repercussão internacional na época, em que um capitão estadunidense, sua equipe e um navio de carga foi cercado e tomado por um grupo de somalis, instaurando uma extensa confusão internacional, cujo tema recaía novamente sobre os conceitos de fronteira – tema, aliás, que perpassa todo o filme. Esta é basicamente a história de Capitão Phillips . O que primeiro merece destaque nela é que, sendo um filme produzido nos Estados Unidos sobre um estadunidense que conseguirá não sem ajuda de um aparato policial gigantesco superar a situação e portanto tudo tendendo a escorregar para uma defesa aberta do país enquanto nação suprema, aqui, o diretor parece não está interessado apenas no ponto de vista do herói – muito bem interpretado por Tom Hanks, numa incursão que há te...

Um Cortázar invisível

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No ano em que se comemora 30 anos da morte e 100 anos do nascimento de Julio Cortázar, entre a série de atividades que são organizadas ao redor do mundo em torno da obra e do nome do escritor está a aparição e publicação de inéditos. Segundo estudiosos da produção escrita do autor de O jogo da amarelinha , os tais inéditos são mais vastos que sua obra já publicada e parte deles ficaram pronto para edição; mas há outra que segue sendo recuperada. Aurora Bernárdez, companheira do escritor,  tem se dedicado neste trabalho sem pressa, mas sem pausa. Se Borges, resolveu anotar todos os livros da Biblioteca Nacional para deixar uma pegada deliberada de sua leitura; se Bioy Casares, por sua vez, editou seu vasto diário literal como uma louça capaz de culminar seu parricídio de Borges; Cortázar, ao contrário, parece haver escrito nos vários pisos de sua torre de Piranesi. Só que, assombrosamente, com a gratuidade fervorosa que define sua relação com a escritura, não parece haver esc...

William Burroughs fotógrafo

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Burroughs em Tânger, no Marrocos Há muitas coisas que vêm à mente quando se pensa em William Burroughs; as principais talvez sejam o vício em heroína ao longo da vida, o amor pelas armas de fogo e o ritmo de vida louca que terá sido um dos propulsores à formação de seu próprio estilo literário. Poucos sabem que seu romance Almoço nu é tão importante quanto Na estrada , de Jack Kerouac e Uivo , de Allen Ginsberg para toda uma geração na literatura de expressão inglesa e para o movimento Beat. E um público ainda mais reduzido desconhece que ele foi um exímio fotógrafo, com projeção tão ou mais importante que o amigo Ginsberg, quem também produziu um conjunto de fotografias que escreve boa parte da história do grupo da Beat Generation. Na fotografia, Burroughs foi um experimentalista; levou para aí (ou terá trazido daí) o método cut-up – técnica de colagem que, na literatura, uma frase ou conjunto de textos é cortado em pequenas partes e depois reorganizados de modo a criar a...

Passagens inéditas de “A colmeia”, de Camilo José Cela

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Por Winston Manrique Sabogal “Lola abre de uma só vez os botões da braguilha. O vendedor freme como um cerdo castrado, com os olhos brancos, caído de costas. - Golfo! Lola descobre o sexo do homem, pequeno e branco como uma criatura. - Gosta, porco, gosta? - Deixe-me! Deixe-me!” Só uma pessoa sabia que esta passagem escrita originalmente por Camilo José cela para A colmeia . Ninguém mais tinha conhecimento que o conteúdo sexual e erótico de sua obra mestra fora mais alto e descarado que o publicado até hoje. Nem mesmo o regime franquista supôs qualquer coisa porque o escritor suspeitava que não ia passar pela censura e decidiu não incluí-lo na versão que enviou para aprovação. Agora, setenta anos depois de Cela começar a escrever (terminaria a obra em 1950) e depois de sucedido os feitos narrados em seu romance, apresenta-se um conjunto de passagens, todas inéditas, algumas censuradas pela ditadura, outras pelo próprio escritor que nunca chegou aos ol...