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Lições do mestre: entrevista exclusiva com Antonio Candido

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  Antonio Candido. Foto: Kiko Ferrite. Almanaque Saraiva.  Reprodução/ Divulgação O Almanaque Saraiva  edição do mês de março de 2014 traz, em primeira mão, uma entrevista muito significativa sobre um dos maiores nomes da crítica literária brasileira, Antonio Candido. E por isso, o teor da conversa não pode permanecer apenas no impresso, mas divulgado noutras mídias. A coluna Vídeos, versos e prosas há muito sem receber uma contribuição, volta com uma presença de peso. “Com 95 anos, o crítico literário que mudou a maneira de interpretar o país e a cultura nacional fala de sua rotina, das mulheres importantes na sua vida e relembra histórias do passado” – assim anuncia Maria Fernanda Moraes, quem o entrevistou. ** O bigode alvo e bem aparado desalinha-se vez ou outra enquanto Antonio Candido responde pausadamente a cada pergunta. As articulações da fala se alternam com um sorriso elegante enquanto ele se entrega à memória que lhe traz anedotas todo ...

Sarau Pelo Dia Nacional da Poesia

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Dia: Sexta-feira, 14/03/14 - Dia Nacional da Poesia Local: Página do Letras in.verso e re.verso no Facebook Para você qual o melhor poema da Literatura Brasileira? Responda abaixo nos comentários. As respostas que chegarem até Quinta-feira, 13/03, serão recolhidas para a página do Sarau Virtual do Letras no Facebook durante todo o dia 14. No domingo, dia 16/03, faremos a triagem do número de compartilhamentos. O autor dos dois poemas mais compartilhado ganhará um dos títulos seguintes à escolha: Poética , Ana Cristina Cesar Poesia completa , Manoel de Barros Antologia poética , Carlos Drummond de Andrade Estrela da manhã , Manuel Bandeira Reunião de poesia , Adélia Prado

Boletim Letras 360 #55

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Este 8 de março tem algo a mais que os outros dias 8 de março. E por isso a página do Letras no Facebook vestiu-se toda para assinalar a passagem. Há 100 anos um sujeito chamado Fernando Pessoa, tomado por um golpe de criatividade tornou pública a vida de outras pessoas que com ele conviveram, discutiram, produziram. Fenômeno a que deu o nome de heteronímia e até hoje feito inédito entre as criações literárias. Há diálogo entre esses nomes, mas a visão deles se distancia tanto que cada um é cada um: Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro e as criações se multiplicaram. Não heterônimos, mas personagens em criação já somam números além da casa de uma centena. É o próprio Fernando Pessoa quem reconhece a data: Num dia em que finalmente desistira – foi em 8 de Março de 1914 – acerquei-me de uma cómoda alta, e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não cons...

Sobre ser sem definição e a autonomia da mulher

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Por Rafael Kafka imagem: Alberto Tina Cunha Estava sem ideia para falar na crônica dessa semana, porém dois fatos importantes ocorreram e eu logo pensei em um tema interessante. O primeiro fato interessante se deu quando resolvi sair com uma amiga que não via há diversos meses para conversar e, por conta de uma pequena demora dela em aparecer, resolvi parar em uma livraria de um shopping de minha cidade e mesmo muito preocupado com as minhas dívidas, resolvi comprar Ser e Tempo , de Martin Heidegger. Em minha mente, era preciso comprar tal livro, pois há anos fujo da tarefa assustadora de lê-lo, por conta dos discursos dos ditos especialistas que em certos momentos de insegurança adquirem muita força em minha mente. O certo é que tal investimento se deve principalmente ao fato de que em minha curta vida intelectual eu preciso superar mais essa missão. O segundo passo veio de uma lembrança tida em meio à leitura do ensaio de fenomenologia acima citado. Enquanto ...

Robocop, de José Padilha

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Por Pedro Fernandes Primeiro foi o torpe Tropa de elite que pelo estardalhaço de bilheteria se tornou uma pequena franquia com dois filmes: o primeiro, munido de uma forte política do denuncismo acorda sobre a corrupção na Polícia Militar; o segundo, dotado do mesmo motivo do primeiro, mas mais agarrado a uma politicagem barata, aponta uma macroestrutura das corruptelas no Brasil. Ambos os filmes são medianos, mas o forte apelo popular – pelo tema tratado e pela linguagem despretensiosa – fizeram do seu diretor, José Padilha, e de atores como Wagner Moura (já conhecido por papeis melhores do que o Capitão Nascimento), saírem da surdina e projetá-los internacionalmente. Não fossem esses filmes que aliás vendem uma imagem bastante esgarçada do país, a direção da releitura de Robocop pelas mãos do brasileiro nunca tinha acontecido; como nunca teria acontecido se, em maior proporção, o Brasil não tivesse alcançado o gosto internacional. Este texto, deveria se firmar co...

Os caminhos de Isaías ou três voltas sobre o mesmo parafuso (Parte III)

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Por Alfredo Monte Lima Barreto em retrato feito após a segunda internação no  Hospício Nacional dos Alienados em 1919. 3. A Confissão (O romance) Désespéré de ce qu´il sait et ne peut plus annuler, mais fidèle malgré tout au Don Quichotte intransigeant qui lui dicte son ideal, il va rester écartelé entre deux exigences incompatibles et également impérieuses, l´une, utopique, qui l´entraîne irrésistiblement dans l´irresponsabilité de la rêverie; l´autre, realiste qui le contraint à regarder de tous ses yeux du côté des choses ´positives´ les plus propres à soulever en lui angoisse, mépris haineux, rage, dégoût... Marthe Robert, Roman des origines et origines du roman A má vontade geral, a excomunhão dos outros, tinham-me amedrontado, atemorizado, feito adormecer em mim o Orgulho, com seu cortejo de grandeza e força. Rebaixara-me tendo medo de fantasmas e não obedecera ao seu império... Lima Barreto, Recordações do escrivão Isaías Caminha No sexto c...