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Boletim Letras 360º #66

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Clique para ampliar. Página 7 de um diário Anna de Assis recém-revelado. As confissões da mulher com quem foi casado Euclides da Cunha e personagem na história do crime que resultou  no assassinato do escritor lançam novas luzes para o caso. Mais ao longo deste boletim. Mudanças na página do Letras no Facebook e não foi porque queremos. Foi imposta. Até o dia 6 de junho todas as páginas na rede social terão este novo e feio visual. O cúmulo do mal gosto. Quando tudo começou também era e foram feitas alguns aperfeiçoamentos que deram alguma beleza na linha do tempo. Agora, voltamos as origens e voltamos pior. Mas, fazer o quê? Seguimos adiante! Segunda-feira, 19/05 >>> Estados Unidos: A menor HQ está desenhada num fio de cabelo Até mesmo um fio de cabelo humano perfeitamente liso parece uma escamosa criatura alienígena sob um microscópio. Mas, há um fio de cabelo em particular: o em que foi gravada a HQ Juanita Knits the Planet . A história em qu...

O regionalismo de Dalcídio Jurandir em Marajó

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Por Rafael Kafka Dalcídio Jurandir Semana passada, fui à Fundação Tancredo Neves, conhecida popularmente em Belém como CENTUR com uma amiga. Lá, após renovar um cadastro de empréstimo de livros que não usava há pelo menos dois anos, decidi emprestar um livro em especial que me chamou por demais a atenção. Não sem antes sofrer com aquela dor de todo leitor que se preze o qual se depara com diversas situações em ter que escolher este ou aquele título por conta da falta de dinheiro ou de tempo para ler ou comprar livros. No meu caso, é a falta de tempo mesmo que mais me incomoda, pois em tempos de cartão de crédito sempre dou um jeito de me endividar um pouco somente para ter o prazer de ter livros e mais livros para ler em minha prateleira. Mas sem tantos rodeios, o livro em questão é Marajó de Dalcídio Jurandir , autor paraense cuja obra mais conheço. Para os que não sabem, ele escreveu um ciclo de livros chamado Ciclo do Extremo Norte, de caráter fortemente existencial ...

Machado para quê?

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Por Pedro Fernandes Patricia Secco descobriu o mapa da mina: os jovens não leem Machado de Assis porque “os livros dele têm cinco ou seis palavras que não entendem numa frase. As construções são muito longas.” A grande descoberta tem seguidores desde quando me entendo por gente e, portanto, não tem novidade nenhuma. É batida e ultrapassada. Quando eu tinha ainda catorze anos, uma professora de Língua Portuguesa sempre comentava em sala de aula que a obra do autor de Dom Casmurro era muito difícil. Este, aliás, foi o incentivo que tive durante toda minha vida escolar para a leitura. A mesma coisa é válida para José de Alencar - outro facilitado de Patricia. Tive que, na Faculdade de Letras, me abeberar do chá amargo que é Iracema .  O problema não está na novidade ultrapassada de Patricia. Está na ideia da qual participa. A notícia publicada pelo jornal Folha de São Paulo se tornou logo motivo de críticas nas redes sociais. Eu mesmo encabecei as discussões...

Shakespeare e a morte em Romeu e Julieta

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Por Lee Pontes A reconciliação dos Montecchios e Capuletos sobre os corpos de Romeu e Julieta . Frederic Lord Leighton Em Como e por que ler , o crítico literário Harold Bloom diz: “talvez, a obra de Shakespeare não devesse ter se tornado para nós uma escritura secular, a meu ver, ela é a única rival possível da Bíblia, em força literária”. Tais palavras podem, para o leitor (caso esteja vestido dos valores religiosos cristãos), ser consideradas uma blasfêmia. Ora, colocar um texto como Hamlet ou Rei Lear ao nível da escritura bíblica, é afirmar que a literatura pode se tornar um pilar cultural para além dos muros da nação de seu nascedouro. Um fato é certo, seja em qualquer nação ou qualquer cultura, ler Shakespeare é fundamental. Não por ser o maior dramaturgo ocidental, mas por seus personagens serem tão grandes, que, não mais pertencendo à vida inglesa, universalizam o homem e seus dilemas. Poderíamos tratar de Hamlet , o mais aclamado texto, ou Rei Lear , o protót...

O inventário das coisas ausentes, de Carola Saavedra

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Por Pedro Fernandes Embora surjam nomes aos borbotões, conta-se nos dedos os que possivelmente renovarão a cena da literatura brasileira. Falo, evidentemente, dos escritores contemporâneos – grande parte ainda presa num certo narcisismo próprio do artista que é logo de cara, por alguma razão, ovacionado pelos meios onde circulam os tais da elite artística do país. Elite que, diga-se, tem sido o desastre dos tempos insossos que padecemos. Cá, não sei muito de Carola Saavedra, se ela poderia figurar entre esses abençoados. Pouco leio, aliás, nos meios mais convenientes, sobre a escritora. E, se a Companhia das Letras tem abrigado parte da nova turma de narcisos, ao menos – é o que parece – Carola escapa. Constrói uma obra e aguarda silenciosamente um parecer sobre ela. O inventário das coisas ausentes é o quarto título depois de Toda terça , Flores azuis (este foi o que mais li críticas a respeito), Paisagem com dromedário . Não poderei estabelecer relações com estes t...

F. Scott Fitzgerald, um Pigmalião em Hollywood

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F. Scott Fitzgerald ao lado de Sheilah Graham F. Scott Fitzgerald morreu de um ataque cardíaco no apartamento de Sheilah Graham em Hollywood – ela foi a mulher com quem o escritor dividiu os últimos anos de sua vida; tempo que ela apresenta em College of one , publicado recentemente pela Melville House Publishing e ainda sem data de chegada ao Brasil. O livro é apresentado pela filha de Graham como um texto em que ela, então colunista de fofoca, recolhe as recordações de como o autor de O grande Gatsby se converteu não apenas em seu amante e companheiro, mas também em seu professor. Um Pigmali ão que lhe ensinou a transitar além das festas de Beverly Hills pela literatura de nomes como Shakespeare, Keats, T. S. Eliot, Tolstói, Dickens ou Flaubert. Para Graham, Fitzgerald era sim um mestre nato, um homem que se sentia bem quando estava instruindo e compartilhando seus conhecimentos sobre literatura, história, filosofia e música. A chegada desta edição oferece aos interes...