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Boletim Letras 360º #96

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Exposição reúne material inédito de Oscar Wilde. Saiba mais informações ao longo deste Boletim.  Como já anunciamos no último boletim e reforçamos em nossa conta no Twitter faremos um breve recesso de fim de ano. Mas, o blog não irá ficar parado! Atenção! Teremos vez ou outra uma postagem por aqui e as redes sociais estarão ativas. Além disso, as tradicionais edições desses boletins continuarão a ser publicadas, visto que as notícias do mundo da literatura, podem diminuir, mas parar, não, não para.  Segunda-feira, 15/12 >>> Espanha: Um portal digital para Miguel de Cervantes O lançamento da ideia deve ocorrer em 2015, sinaliza a diretoria da Fundação Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes. O trabalho é uma das ideias que assinalam a passagem dos 400 anos de publicação da segunda parte do "Dom Quixote". Trata-se de um trabalho em colaboração da Fundação com Centro de Estudos Cervantinos da Universidade de Alcalá (Madri) e a Associação de Cervanti...

Escrever sobre José Saramago

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José Saramago. Desde os anos 1980, uma obra cada vez mais lida e estudada por pesquisadores do mundo inteiro. Qual é, na contemporaneidade, o efeito de uma revista acadêmica? Provavelmente ainda o mesmo de sempre: estabelecer um colóquio em torno da obra literária a fim de despertar novas abordagens, a fim de torná-la pauta constante nos assuntos da comunidade leitora. Com a facilitação do acesso aos textos escritos e com a necessidade de abastecimento das carreiras de pesquisadores e professores universitários com produções que vão deste o ensaio à resenha crítica, grande parte das instituições de ensino superior trabalham na criação e manutenção desses espaços que, sendo muitos, têm alguns sua qualidade e, logo também sua autoridade, questionável. Em alguns casos específicos, determinadas obras alcançam uma quantidade tão plural de leituras que, o ideal seria, seguindo a necessidade constante de segmentação para organização do pensamento, a criação de espaços específi...

Argentina é literatura

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Julio Cortázar. Um ícone. Está por toda parte da Argentina.  Cada tarde, centenas de jovens em Buenos Aires saem de suas casas com a saudável intenção de matar Borges. Borges ou o próprio Witold Gombrowicz, o escritor polaco a que se atribui o famoso conselho quando lhe perguntaram que deveriam fazer os argentinos para adquirir a desejada maturidade literária. — Matem Borges! Gritou do barco em que regressava para a Europa em 1963, ou bem confidenciou a um jornalista ao pé do barco; nesse ponto a lenda se divide. Em qualquer caso, centenas de jovens saem toda tarde na Argentina para formar-se como escritores. E normalmente vão meter-se na casa de outros escritores que montam oficinas literários. O livro, para esses, segue gozando de um prestígio curioso numa época em que qualquer um pode publicar o que quer na internet. Em torno desses mestres estão nascendo alunos avançados. Mas, antes de mencionar um só nome, vale recordar as palavras de um dos melhores escritores ...

Juan Gelman

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O nome do poeta Juan Gelman está inscrito no mesmo rol que Jorge Luis Borges, Ernesto Sabato e Adolfo Bioy Casares. Dito isso, explode logo a conclusão de que estando diante do nome está diante da sua literatura e de uma das mais importantes para a forma da literatura latino-americana. Foi em 2014 que ficamos sem sua presença física. Deixou-nos, entretanto, uma corrente de vozes em torno de uma melhor existência entre os da comunidade humana. Logo ele, que depois da extensa dedicação às letras, esteve marcado pela morte do filho pela força da ditadura e pela busca incansável de sua neta Macarena. Um homem que se não desprezava a vida, depois dos retornos amargurados que ela lhe deu, disse sempre nunca temer a morte. Grande parte de sua obra ficou marcada por uma veemente crítica social e política que dialogou com temas de seu tempo; mas, certa certa vez garantiu que, antes de escrever para intervir, foi por amor – um amor sem explicação – sua dedicação às letras. Seus p...

Não há nada de novo na literatura contemporânea

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A quase 85 anos, Harold Bloom segue sendo um colosso entre os críticos literários, embora pleno da florescente excentricidade e do gênio legendário que construiu entre os poucos eruditos célebres de nosso tempo. Apesar de sua má saúde de ferro , acaba de entregar a seus editores um livro sobre o sublime nos Estados Unidos, título que em breve chegará às livrarias, The Daemon Knows: Literacy, Greatness and the American Sublime ( O demônio sabe: alfabetização, grandeza e sublimidade nos Estados Unidos , em tradução livre). O livro sai depois de Poetas e poesias e enquanto trabalha noutro ensaio sobre William Shakespeare, autor que já apreciou em Shakespeare, a invenção do humano . Bloom, “secularista com inclinações gnósticas”, persiste no assédio permanente; e segue ainda defensor da ideia de como a influência se exerce na literatura imaginativa e de que se é produzida entre o conflito e a tensão. Hoje, entretanto, o crítico se sente muito mais que disposto a comentar o...

A realidade assalta a ficção

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Por Berna González Harbour Não vamos chamar engano. Que a realidade é a matéria-prima mais substancial da ficção é uma verdade provada desde que a sabedoria popular tomou forma de Sancho Pança, por exemplo, o Essex , o baleeiro afundado por uma baleia cachalote em 1820, se transformou em Pequod pela pena mágica de Melville. Ou para que pular séculos, milênios? Que Zeus raptara Europa para trazê-la a Creta se explicava pela razão da beleza e do caráter (era assim), mas que com ele e seus irmãos chegara o alfabeto e novas ideias do Oriente, não era senão a realidade escondida por baixo da deslumbrante explicação mitológica? Também Madame Bovary, Oliver Twist ou Anna Kariênina nasceram para encarnar pessoas que sofriam em lugares reais, onde habita a miséria ou a impossibilidade do amor, fora geograficamente de França, Inglaterra ou da Rússia imperial. A lista poderia não ter fim. Isto é, sempre aconteceu. E alguns dos romances mais sugestivos que se encontram...