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Boletim Letras 360º #155

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Sábado de Carnaval. E nós no bloco das notícias que fizeram a semana do Letras no Facebook . Por lá, começamos na sexta-feira e vamos até a Quarta-feira de Cinzas com poemas temáticos sobre a data. Uma folia com Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles e muitos outros. E por falar em poesia, cadê o seu vídeo recitando um poema? Estamos aguardando inscrições para o 01:MIN DE POESIA. Na nossa página no Facebook, logo no início, você encontra todas as informações necessárias para participar.  Segunda-feira, 01/02 >>> Brasil: Nova edição de O som e a fúria  e a obra de William Faulkner Entre os títulos que saíram da extinta Cosac Naify para a Companhia das Letras, estão os da obra de W. Faulkner. A nova edição de O som e a fúria  sairá já no mês de outubro. E a partir de 2017, serão lançados dois por ano, na sequência: Absalão, Absalão! , Sartoris , A árvore dos desejos , Palmeiras selvagens  e Luz em agosto . Terça-fe...

Conselhos de Roberto Bolaño sobre a arte de escrever contos

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No Brasil, o escritor chileno será sempre lembrado pelos grandes romances Os detetives selvagens e 2666 . Mas, como a grande maioria de seus contemporâneos ou de outros romancistas, Bolaño também escreveu poemas – aliás, era como poeta que ele se via enquanto escritor – e contos. Se pelos grandes romances ele se tornou uma febre entre vários grupos de leitores, é preciso dizer que muito antes a construção do gosto leitor pela sua obra vem da maneira como trata uma série de temas coerentes com a existência humana. A multiartista Patti Smith, fã e leitora confessa de nomes da chamada Geração Beat, é uma desse grupo de aficcionados pela obra de Bolaño; numa entrevista em 2010 disse que 2666 “é a primeira obra mestra do século XXI e que ler a obra do escritor chileno era naquela ocasião “uma revelação”. Para muitos, Bolaño foi uma descoberta tardia; para outros não. Mas, o culto pela sua obra, pode-se dizer, foi algo que nasceu ainda quando o escritor estava vivo e se consolidou...

O regresso, de Alejandro González Iñarritu

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Por Pedro Fernandes O regresso é uma materialização do imaginário sobre o explorador estadunidense Hugh Glass, quem, pela vida que levou e os feitos heroicos converteu-se numa lenda popular; tanto que o trabalho conceituado de Iñarritu, louvado pela grandiosidade e pela beleza cinematográficas, não é o primeiro a reanimar os acontecimentos biográficos de Glass. É conhecido, dentre tantos outros, o poema “The song of Hugh Glass”, um dos cinco textos de tom heroico escrito por John G. Neihardt, este em 1915, o romance biográfico Lord Grizzly , de Frederick Manfred, finalista do National Book Award em 1954, o faroeste Fúria selvagem , de Richard C. Serafian, de 1971, e, mais recente, a reimaginação de Michael Punke no livro que serviu de propulsor ao filme de agora  O regresso . Possivelmente Iñarritu deva ter se alimentado, além das histórias populares que ouviu ou leu sobre Glass, de todas essas referências dado o seu aguçado senso de tornar crível, da maneira mais n...

Traduções inéditas que se destacaram em 2015

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Por Alfredo Monte Como sempre digo, não dá para ler tudo, nem gostar de tudo. Por isso, faço uma lista de destaques entre traduções de livros ainda inéditos (apesar das várias versões diretas de obras anteriormente traduzidas do francês ou do inglês, não as levei em conta) por aqui, dentro do meu recorte pessoal, limitado, de leituras: Livro do Ano Submissão , de Michel Houellebecq (Alfaguara): os impasses do Ocidente diante do islamismo assombram o romance moderno desde sua fundação, com Dom Quixote . Não é surpreendente, então, que embasem a mais perturbadora obra do gênero (inclusive devido aos acontecimentos na França) desta década. Leia notas aqui . Destacaram-se também — e de antemão pedindo desculpas pelos comentários genéricos: O rosto de um outro , de Kobo Abe (Cosac Naify): o rosto associado à noção de identidade dando ensejo a mais uma fábula-pesadelo do originalíssimo autor japonês (do clássico Mulher das dunas ) — indicado apenas para le...

Andorinha, andorinha, de Manuel Bandeira

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Por Pedro Fernandes Há escritores que sempre se revelam como uma surpresa constante para os leitores, sobretudo quando demonstram uma impressionante versatilidade na prática da escrita; isto é, quando um escritor não é bom apenas com um gênero ou tipo textual, ainda que se destaque com um e seja sempre, quando lembrado, lembrado por ele. Há uma variedade incrível desses nomes, ora porque usam da diversidade de textos para construir seus experimentos de linguagem até alcançar a forma que lhe parece adequada, ora porque, tomado pela necessidade da expressão escritural não hesitam sossegar numa única posição, ainda mais quando essa necessidade se encontra abalada pelo sopro da impossibilidade de realizar-se em sua plenitude. Na cena literária brasileira, o leitor pode citar facilmente nomes como o de Carlos Drummond de Andrade que, além de reconhecido pela crítica e pelo público como uma das melhores vozes da nossa poesia, também se dedicou e muito ao exercício da crônica. ...

Óxido, de Gastão Cruz (Parte II)

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Por Pedro Belo Clara  O segundo capítulo da obra cuja discussão deixámos em aberto na anterior publicação (ver o final desta post), traz em seu prelúdio elementos antes abordados pelo autor. Embora logo os dilua, lentamente, poema após poema, sem que o capítulo termine antes de revelar o seu real teor. Denominado A VIDA DOS METAIS, abre com o poema “Um nome”, aquele que irá resolver a questão que em si mesmo embala – resgatada a poemas anteriores, como atrás confidenciámos: Chamar é um erro: que nome dar a alguém senão ninguém? Porém um nome é tudo o que subsiste (…) Torna-se difícil calar a sensação de que o tempo espraiado pelos textos poéticos apresentados é um tempo árido onde um certo metal (coração?) oxida. Ou, pelas palavras do próprio autor, um tempo «onde nenhuma vida / ou morte sobrevive» (“Thriller”). No entanto, importa sublinhar as impressões que “Corda”, mantendo a mesma linha de pensamento, nos lega a respeito do ser e de sua nomea...